BRASIL-EUROPA
Notícias atuais

Organização de estudos de processos culturais em relações internacionais (ND 1968)
Academia Brasil-Europa (A.B.E.)
e Instituto de Estudos da Cultura Musical do Espaço de Língua Portuguesa I.S.M.P.S. e.V. (1985)

 
 

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30.06.2013

São Paulo. Trabalho cultural em comunidades do Interior fundamentado em pesquisas: missa caipira e auto de São João para crianças. Dá-se continuidade, na cidade de Joanópolis, às atividades de interação entre pesquisa e vida cultural da comunidade e região. Essas atividades compreendem tanto a pesquisa aplicada à prática quanto a realização de atividades culturais impulsionadas por estudos da cultura popular. O pesquisador deixa de ser apenas de gabinete, procurando interagir na vida social e cultural de pequenas comunidades e recebendo dessa proximidade com desenvolvimentos atuais impulsos para os próprios estudos. Procurando dar continuidade aos esforços de valorização de expressões tradicionais do Interior e de uma consciência e auto-estima „caipira“ ou sertaneja que vêm sendo realizados na pequena cidade de Joanópolis/SP, a pesquisadora N. Rodrigues Gomes, a pedido da comunidade, recuperou da tradição oral cantos em uso nos anos 70 e 80 de uma „missa caipira“ então praticada para a celebração das festas do padroeiro da cidade e que são das mais significativas manifestações juninas do Brasil. O projeto inseriu-se no contexto simbólico dessas festas, salientando as conotações „caipiras“ de imagens da linguagem visual. À apresentação da missa assim reconstruído seguiu-se um „Auto do Menino São João“, encenação que teve a particularidade de ser representada por crianças da Creche local. A pesquisa aplicada à vida social e cultural local teve, aqui, uma dimensão educacional. (N.R.Gomes)



28.06.2013

Báltico e as relações Alemanha/Brasil. Acaba de ser publicado o terceiro número da Revista Brasil-Europa do corrente ano e que inclui relatos de alguns estudos desenvolvidos em cidades e instituições visitadas em países do espaço báltico no mês de maio de 2013. Entre as universidades e centros culturais e de pesquisas considerados salientou-se a Universidade de Rostock, uma das mais antigas da Alemanha e mesmo da Europa. Esses estudos retomaram questões tratadas há cinco anos em visita de membros da ABE a regiões de colonização alemã do Espírito Santo. Naquela ocasião, na Casa de Cultura de Domingos Martins, importante centro de estudos culturais da história da imigração alemã ao Estado, assim como em sessão em Sta. Maria de Jetibá, considerou-se a necessidade de uma maior atenção  aos pressupostos culturais dos Pomeranos no Brasil. Por essa razão, realizou-se, a seguir, uma viagem de estudos a Mecklenburg/Vorpommern e à Polonia. O papel desempenhado pela antiga Prússia Oriental na história cultural alemã nas suas implicações para o Brasil não é fácil de ser adequadamente analisado, uma vez que aqui se trata de regiões que, devido à Guerra, sofreram modificações quanto a fronteiras e constituições populacionais. O pesquisador é, assim, confrontado em grande parte com um mundo submerso. Os relatos publicados salientam questões de Estudos Coloniais e Tropicais do passado colonialista alemão, discutindo sobretudo o conceito de aclimatação do europeu nos trópicos. Esse conceito, pouco presente hoje nos Estudos Culturais, permite que se compreenda a tendência à permanência cultural e à resistência a assimilações por parte de colonos alemães e seus descendentes a partir de seus próprios pressupostos teóricos. O Espírito Santo é alvo aqui de particular atenção, uma vez que foi procurado, há cem anos, pelo economista teuto-chileno Ernst Wagemann para a comprovação de fatores sócio-econômicos na aclimatação. Os elos entre desenvolvimentos coloniais na Áfríca (Namíbia) e no Brasil, mais particularmente em Santa Catarina, são estudados em obras de K.A.Wettstein, autor de uma primeira dissertação de doutoramente sobre o Brasil e suas colonias alemãs (1907). Um nome até hoje não considerado nos estudos brasileiros e que dirige a atenção a estirpes alemãs do Leste é o de Emanuel Korff, oficial prussiano que testemunha a distância da família imperial brasileira à tendência à não-assimilação dos colonos alemães. De época mais recente da história da colonização, no caso em São Paulo e Mato Grosso, lembra-se do nome do técnico de solos e agroeconomista P. Vageler, natural de Königsberg, antiga capital da Prússia Oriental. http://www.revista.brasil-europa.eu/ed.Bispo/Edicao_atual_1.html



28.06.2013

Turquia e Brasil: manifestações em cotejo. Continuidade de aproximações interpretativas às demonstrações em ambos os países. Em encontros de brasileiros residentes na Europa, tem-se dado continuidade à discussão das razões e consequências das manifestações que ocorrem em várias cidades brasileiras e que vem marcando a presença do Brasil nos meios de comunicação. Apesar de diferentes pontos-de-vista expostos, tem-se procurado analisar o fenômeno em contextos amplos, supra-locais e mesmo supra-nacionais sob a perspectiva voltada a processos culturais. O cotejo das manifestações no Brasil com aquelas da Turquia - assim como as respectivas reações das autoridades constituídas - tem marcado frequentemente as reflexões, e se baseia nas observações levadas a efeito in loco em cidades turcas durante o ciclo de estudos recentemente realizado. Nesse contexto, tem-se considerado as consequências dos acontecimentos na Turquia para a pretendida integração do país na Europa. A sua aproximação ou afastamento relativamente a normas ocidentais surgem como relevantes para todos os estudos dedicados a relações da Europa com outros países. Essa pertencimento colocaria o fator da religião como determinante cultural em segundo plano, uma vez que ter-se-ia um país muçulmano no contexto europeu. Sob essa perspectiva, a aceitação da Turquia como pertencente à Europa de tradição cristã-ocidental explicar-se-ia pelo fato de ser um Estado laicista na tradição de Atatürk. A tendência a uma afrimação islâmica que é uma das principais causas das manfestações - em geral de participantes jovens, artistas e intelectuais marcados pela cultura e normas ocidentais -, leva a revisões de posições. Assim como a análise cultural do fenômeno turco tem possibilitado elucidações consistentes e plausíveis, espera-se que a sequência dos debates possa trazer também no caso do Brasil esclarecimentos maiores a respeito de fundamentos e intuitos das manifestações na procura de uma sistematização de objetivos e anelos. Estes superam certamente motivos mais imediatos que levaram à eclosão das manifestações e, pelo tudo indica, referem-se a problemas estruturais e sistêmicos não apenas políticos como também culturais.



20.06.2013

Rio de Janeiro. Série de manifestações pelas ruas do Brasil. As ruas das principais cidades do país são tomadas por manifestações, que foram iniciadas, sobretudo, por jovens universitários, mas que ganham, dia a dia, maior adesão popular. Concomitante a evento esportivo internacional, as manifestações refletem a distância, e a incoerência, entre o atual panorama político do Brasil e a sua população, que, diariamente, tem marchado, em uma concentração de centenas de milhares de pessoas, por todo o país, reivindicando mudanças estruturais na sociedade. Esta crise política, resultado de um profundo conservadorismo, tem agravado ainda mais a tensão entre a sociedade civil e as lideranças políticas. Com a proximidade de um evento esportivo de maior porte em 2014, ano de eleições presidenciais no Brasil, esta situação ganha maior relevo. (Prof. L. Kaltner, UFF)  



18.06.2013

Antalya, Turquia. Aproximações interculturais em demonstrações de cidadania do presente. A visita realizada recentemente na Turquia e que fornece subsídios ao prosseguimento de estudos de fundamentos de processos culturais (Veja notícia), decorreu em dias de manifestações populares de cidadania em Istambul e em várias outras cidades. Procurando o entendimento intercultural, pôde-se constatar que os demonstrantes, em grande parte ou mesmo na sua maioria jovens, escolares e universitários, apesar da diversidade dos grupos em que se inseriam, manifestavam sobretudo defender princípios de liberdade, dignidade, tolerância e de direitos civís. Esse era o caso, entre outros, de grupos LGBT, que tematizavam os riscos decorrentes de um crescente aumento da influência religiosa na sociedade. Nos diálogos, salientou-se as similaridades entre as manifestações de cidadania que vêm ocorrendo nas várias partes do mundo apesar dos seus diferentes contextos e motivos deflagradores. Isso faz com que as demonstrações surjam como um fenômeno ou expressão de processos culturais em contextos globais, merecendo particular atenção dos Cultural Studies, sendo que em muitos casos deles já fazem parte integrante. O talvez principal objeto dos protestos na Turquia - o da crescente influência da religião - superando as fronteiras do país e mesmo do mundo islâmico, dirige a atenção a um problema de graves consequências que também vale para o Cristianismo e que vem colocando em perigo valores conquistados com muitos esforços nos últimos séculos.(http://www.revista.brasil-europa.eu/138/Estudos-e-Esclarecimento.html)



15.06.2013

Buenos Aires. Concierto para Flauta (2011) de Luis Mucillo. No dia 7 de Junho, a flautista Patricia Da Dalt, junto com a Orquesta Sinfónica Nacional dirigida por Luis Gorelik, interpretou, no Auditorio de Belgrano (Virrey Loreto y Cabildo), o Concierto para Flauta (2011) de Luis Mucillo, compositor que durante muitos anos foi professor em Brasília. O programa incluiu também obras de Mario Lavista, John Tavener e Arvo Part.



15.06.2013

Niterói. II Feira de Livros do Instituto de Letras da UFF. De 25 a 26 de Junho terá lugar, no Campus Gragoatá, a II Feira de Livros do Instituto de Letras da UFF. Durante a semana ocorrem as exposições Diálogos entrementes e Arte no Varal, com obras dos alunos do Instituto, assim como a exposição de fotografias Céus de Letras, de Thiago Aresta. A programação inclui oficinas de poesia, de tradução, sarau literário, café musical, café lançamento de livros, e conversas com Marcus Quiroga e Paloma Vidal. Por fim, havera apresentação da leitura dramatizada do conto As Babas do Diabo, de João Cortázar.



14.06.2013

Capadócia-Turquia. Interesse de brasileiros pela Capadócia como fenômeno cultural do presente: perspectivas de estudos. Tem-se constatado, nos últimos tempos, um surpreendente interesse de brasileiros pela região da Capadócia, Turquia, o que se manifesta em pedidos de informações e no número de participantes de excursões. No programa dedicado às relações entre a Turquia e o Brasil da A.B.E. (Veja http://www.brasil-europa.eu/Paises/Turquia.html), já há alguns anos vem-se registrando o fascínio exercido por esse país e sua cultura até mesmo em regiões afastadas da Amazônia. Esse interesse surge à primeira vista como sendo de difícil compreensão, considerando-se a formação colonial brasileira e a história dos fluxos imigratórios ao Brasil. Se a atenção assim registrada de brasileiros pela Turquia concentrou-se até hoje sobretudo em Istambul e na parte ocidental da parte asiática da Turquia, o atual e extraordinário fascinio despertado pela Capadócia e, em menor escala, pela Anatolia surge como fenômeno singular e que merece ser considerado sob a perspectiva dos Cultural Studies em contextos globais. Essa consideração justifica-se ainda mais devido ao fato de ter sido esse interesse pelo que tudo indica despertado pela mídia através de telenovela. Essa repentina valorização da Capadócia entre brasileiros corresponde a um fenômeno mais amplo de divulgação internacional dessa região, e que tem para ali levado, sobretudo através da propaganda oral, visitantes de todas as partes do mundo. O desenvolvimento turístico da Capadócio surge, sob muitos aspectos, como um singular fenômeno da atualidade e possui consequências para a própria vida cultural da região através do fomento de tradições culturais. Esse desenvolvimento abre perspectivas inesperadas para o despertar de interesses por questões de fundamental importância para os estudos de processos culturais. Em particular o programa Oriente/Ocidente da A.B.E. adquire neste contexto relevância, sendo que muitos de seus questionamentos passam a ser melhor compreendidos com a atenção de brasileiros dirigida por ex. à presença persa na cultura da região na Antiguidade, à sua helenização e, posteriormente, cristianização e islamização. (Veja http://www.academia.brasil-europa.eu/Oriente-Ocidente.htm) O estudo de fundamentos de processos culturais, em particular também da linguagem de imagens é favorecido pela recente popularidade da Capadócia entre brasileiros. Considerando as perspectivas que assim se abrem, e contando com diversos apoios, realizou-se em maio e junho do corrente uma viagem de estudos pela Capadócia, preparada pelos trabalhos que vem sendo desenvolvidos em 2012/2013 sobre os fundamentos de processos culturais na esfera do Mediterrâneo e Atlântico. As observações feitas in loco serão agora consideradas em ciclos de estudos.



07.06.2013
Kopenhagen. Hans Christian Andersen (1805-1875) - dimensões interculturais em estórias e lendas - a Sereia ou "Virgem do Mar" como emblema. Para o encerramento do ciclo de estudos eurobrasileiros voltados ao Leste e ao Norte da Europa realizado no mês de maio, e nos quais a atenção foi voltada em particular aos elos com a Alemanha nas suas implicações para os estudos brasileiros, escolheu-se a capital da Dinamarca. Deu-se, com esses estudos, continuidade a trabalhos anteriormente realizados em instituições dinamarquesas (http://www.brasil-europa.eu/Paises/Dinamarca.html) e em países historicamente estreitamente relacionados com a Dinamarca, em particular a Islândia (Veja http://www.brasil-europa.eu/Paises/Islandia.html). O centro das atenções foi o poeta e escritor Hans Christian Andersen (1805-1875), vulto não só da história literária dinamarquesa como dos Estudos Culturais em geral. As suas estórias infantís e seus textos referenciados segundo tradições orais desempenham papel de relêvo para os estudos das tradições populares, de lendas e de mitos do século XIX e para o vir-a-ser das áreas disciplinares respectivas. Uma de suas figuras, a pequena Virgem do Mar, uma sereia que, na sua representação plástica constitui um dos principais atrativos de Kopenhagen, procurado por visitantes de todo o mundo, teria sido inspirada na tradição da imagem da sereia de antiga proveniência através de sua transmissão italiana durante uma visita do escritor à Itália. Com base nos estudos imagológicos que vêm sendo desenvolvidos pela A.B.E. em diferentes regiões do mundo, referenciadas pela tradição conhecida no Brasil (Veja p.e.http://www.revista.brasil-europa.eu/131/Goa-Catedral_de_Pangim.html; http://www.revista.brasil-europa.eu/135/Cultura-luso-siamesa.html; http://www.revista.brasil-europa.eu/135/Kuan-Yin-em-Penang.html; http://www.revista.brasil-europa.eu/137/Comercio-Cultura-China-Brasil.html, esse emblema dinamarquês possibilita leituras mais aprofundadas de sentidos. Considerou-se, em particular, correspondentes imagens da tradição alemã e a intercomunicação de seus sentidos diferentemente contextualizados no repertório visual transportado por emigrantes ao mundo extra-europeu.



06.06.2013
Estocolmo. Monumental imagem de S. Jorge na Grande Igreja e seu significado para os estudos culturais da linguagem visual. Dando continuidade às reflexões relativas ao culto de Santiago - o Apóstolo do Ocidente - na região nórdica a partir da igreja de S. Tiago de Estocolmo (Veja), os estudos relativos aos fundamentos de processos cristianizadores da Escandinávia tiveram continuidade na „Grande Igreja“ ou catedral de Estocolmo da igreja evangélico-luterana da Suécia, monumento arquitetônico que marca as circunvizinhanças do Palácio Real. Segundo a tradição, essa igreja remonta ao fundador da cidade, Birger Jarl, datando de meados do século XIII. Também aqui constata-se estreitos elos históricos com a esfera norte-alemã, vindo assim a sua consideração de encontro ao escopo principal dos trabalhos eurobrasileiros de 2013 da A.B.E., voltados que são às relações entre a Alemanha e o Brasil. Muitas são as obras de arte do interior da igreja que revelam estreitos elos com a esfera cultural do Norte da Alemanha. Entre elas, obra mais extraordinária é uma monumental estátua de S. Jorge combatendo o dragão, conjunto de encenação plástica de grandes dimensões e de surpreendentes qualidades expressivas de 1489, de autoria do artista de Lübeck Bernt Notke. Realizada por encomenda do administrador do império sueco Sten Sture, o conjunto escultórico relacionou-se com a Batalha no Brunkeberg. Uma linguagem de imagens de antiga proveniência serviu como símbolo de um fato histórico e como um modêlo que possibilitou a interpretação do papel transcendente exercido pelos seus protagonistas. A ação de Sten Sture corresponderia aqui ao ato de S. Jorge em matar o dragão, representando este o rei da Dinamarca. A princesa salva de suas garras, representada no conjunto plástico atrás do monstruoso dragão, representa a cidade de Estocolmo. S. Jorge, cujo culto é de significado para tantos países, possibilita assim na sua contextualização nórdica uma referência concreta a um acontecimento histórico e a sua leitura mais profunda de sentidos. A importância dessa linguagem visual para a Suécia é tão acentuada que realizou-se uma cópia da plástica para a ornamentação de um
dos logradouros da cidade velha de Estocolmo, podendo ser a obra também apreciada em reprodução na Igreja-Museu de Santa Catarina de Lübeck.



04.06.2013

Estocolmo. A Igreja de Santiago na capital da Suécia -processos históricos de cristianização do Norte e irradiaçõres internacionais atuais. Também as reflexões encetadas recentemente na capital da Suécia no âmbito dos estudos eurobrasileiros que relacionam o Norte e o Leste da Europa foram desenvolvidas à luz das atuações atenções voltadas às relações entre a Alemanha e o Brasil em 2013 pela A.B.E..(Veja notícias) Os elos com o mundo cultural do Norte da Alemanha evidenciam-se sobretudo pela história da missão cristã do Norte europeu e do papel nela desempenhado pela Igreja de Hamburgo na Idade Média. Ansgar (801-965), que levantou uma primeira igreja quando de sua estadia na Suécia, tornou-se arcebispo de Hamburgo/Bremen, mantendo porém os laços com a comunidade escandinava, para onde posteriormente retornou. O observador surpreende-se em encontrar, no centro de Estocolmo, uma igreja que é devotada ao Apóstolo do Ocidente, Santiago, cuja história e linguagem visual é sobretudo vinculada à Península Ibérica (Veja http://www.revista.brasil-europa.eu/138/Compostela.html). Nessa expressão do culto ao Apóstolo no Norte manifestam-se fundamentos que vinculam o mundo ocidental ibérico com o Norte na ordenação imagológica e de concepções do mundo. O „mata-mouros“ da Espanha adquire assim singulares paralelos com ocorrências históricas da expansão cristã na conquista do Norte e que é também conhecida como Cruzadas Suecas de conversão de finlandêses. A igreja de Santiago de Estocolmo é hoje monumento histórico, artístico e arquitetônico, além de centro de concertos musicais. Sob a perspectiva dos Estudos Culturais da atualidade, desperta particular atenção por nela se realizarem ofícios religiosos Queer.



02.06.2013

Helsinki. A „Casa da Música“ (Musiikkitalo), sede da Academia Sibelius: obra de significado mundial da arquitetura e da engenharia acústica da atualidade. Uma atenção particular na visita à capital da Finlândia recentemente realizada foi voltada à vida e ao ensino musical nas suas relações com outras áreas da cultura e nas suas dimensões internacionais. Helsinki, um dos grandes centros musicais europeus, salienta-se também pela sua arquitetura avançada de salas de concertos e teatros. Em trabalhos desenvolvidos anteriormente, considerou-se os paralelos entre a Finlândia e o Brasil através de cotejos Villa-Lobos/Sibelius, este último celebrado em monumento na capital finlandesa. Conhecido até há pouco sobretudo pela Sala Finlândia do arquiteto Alvar Aalto, Helsinki é celebrado na atualidade pelo novo edifício do seu centro musical, inaugurado em 2011. Nele encontram-se instalados os Filarmônicos de Helsinki, a Orquestra da Rádio e da Sinfonia Finlandêsa e a Escola Superior de Música, a Academia Sibielius. Construído devido aos problemas acústicos da Sala Finlândia, representa uma das melhores soluções para concertos da atualidade, de responsabilidade de especialista japonês. O novo edífico, do arquiteto Marko Kivistö, marcado exteriormente pela sua fachada de vidro em verde e cobre, adapta-se ao contexto paisagístico e de construções representativas do centro da capital, situando-se ao lado do Parlamento, da Sala Finlândia, do Museu de Arte e, sobretudo, do prédio antigo do Museu Nacional. Sob o signo do particular interesse pelas relações Alemanha-Brasil no corrente ano da A.B.E., atentou-se sobretudo aos elos entre a configuração do auditório nas suas qualidades acústicas com aquelas da Filarmonia de Berlin, do arquiteto Hans Sharoun.



31.05.2013

Helsinki. Centenário de Saima Harmaja (1913-1937), Estudos Culturais na Universidade da Finlândia e a tristeza no Norte e Leste da Europa em comparação àquela do mundo lusófono. Celebra-se no corrente ano um dos vultos da história da literatura mais recente do Norte da Europa, a poetisa e escritora Saima Harmaja. Devido à sua vida trágica, marcada pela doença e depressão, e à sua morte prematura, assim como pelo teor de seus poemas, transformou-se em figura emblemática  para a Finlândia e para uma cultura marcada pela melancolia e pela tristeza do Norte e do Leste da Europa. Nas reflexões agora desenvolvidas a respeito dos elos entre essa região e a cultura alemã, considerou-se a melancolia e a visão pessimista de um „Weltschmerz“ alemão que se manifesta também na obra de Saima Harmaja. Considerou-se as relações desse „Weltschmerz“ centro e norte-europeu com aquele que se evidencia no Fado, na Modinha e, sobretudo, na Morna, recentemente reestudada nos trabalhos desenvolvidos em Cabo Verde (Veja http://revista.brasil-europa.eu/142/Musica-Cabo-Verde.html). No dia 15 de maio, no Cupola Hall - Kupolisalissa - realizou-se uma récita poético-musical com a declamadora Eeva-Lisa Haimelin e o SaHa-ensemple que adquiriu significado para a consideração das relações entre os estudos literários e os culturais, em particular aqueles voltados à Mulher no Norte da Europa. A Universidade de Helsinki possui várias instituições voltadas às Ciências da Cultura. No campus histórico do centro da cidade, esses institutos encontram-se instalados sob condições privilegiadas  (Topela, Unioninkatu 38), abrangendo as áreas de Estudos Asiáticos e Africanos, Estudos Culturais Regionais, Antropologia, História, Estudos de Desenvolvimento, Culturas do Mundo, Estudos de Gênero e Ciências Comparadas da Religião.



30.05.2013

Helsinki. „O Mundo Emergente“ e significado Russo-Teuto-Finlandês das celebrações dos 200 anos de Jakov Grott (1812-1893). O ciclo de estudos euro-brasileiros recentemente levado a efeito em cidades do Norte da Alemanha, do Báltico e da Escandinávia e que teve como escopo relacionar Estudos do Leste e do Norte sob a perspectiva da presença alemã na história dessa esfera do globo nas suas implicações para os estudos brasileiros (Veja notícias), incluiu também a capital da Finlândia. Helsinki já foi alvo de visitas anteriores da A.B.E. nas décadas de 80 e 90 do século XX e a última estadia de estudos nessa cidade deu-se há 5 anos. (http://www.brasil-europa.eu/Paises/Finlandia.html) Nas relações com a A.B.E., a Finlândia colaborou fornecendo um panorama da literatura concernente ao Brasil nas bibliotecas do país e nas suas instituições de pesquisas. Entre os institutos visitados no presente ciclo, salientou-se a Biblioteca Nacional, um edifício de alto valor histórico-arquitetônico do arquiteto alemão Carl Ludwig Engel (1778-1840). O significado atual das relações entre a Alemanha, Finlândia e a Rússia - considerada nos trabalhos realizados em S. Petersburgo (Veja notícia) -, veio à consciência em 2012 devido às comemorações de Yakov Karlovich Grot (1812-1893), erudito russo que se dedicou à tradução de literatura alemã e escandinava atuou na Universidade de Helsinki, tendo sido um dos vultos da história dos estudos teórico-literários russos e membro destacado da Academia Russa das Ciências, à qual presidiu. Foi tutor dos Czars Alexandre II e Alexandre II e correspondente do compositor P. I.Tchaikowski (1840-1893), de relevância assim para estudos musicológicos de orientação cultural. No presente ano, de 26 de abril a 27 de outubro de 2013, realiza-se, no Kansallismuseo,  a exposição Avartuva maailma - O mundo Emergente - de particular interesse para os estudos relacionados com a história dos Descobrimentos e, assim, também para o Brasil. Num dos valiosos mapas da coleção A.E. Nordenskiöld vê-se uma antiga representação da América do Sul sob a designação genérica de Peru.



29.05.2013

São Petersburgo/Rússia.  A Rússia nas suas relações histórico-culturais com a Europa; significado para os estudos do ano Alemanha-Brasil 2013 da A.B.E. Realizou-se, no âmbito dos ciclos de estudos euro-brasileiros levados a efeito na esfera do mar Báltico em maio do corrente ano, uma nova visita à cidade de S. Petersburgo, a maior metrópole nórdica, a segunda maior cidade da Rússia e a quarta em dimensões da Europa. Esse centro econômico e capital cultural da Rússia assume, pela sua história e posição geográfica, papel-chave para os estudos que relacionam o Norte e o Leste da Europa como vêm sendo praticados pela A.B.E. (http://www.brasil-europa.eu/Paises/Russia.html). No corrente ano de 2013, quando as atenções da organização se voltam prioritariamente às relações Alemanha-Brasil, pareceu ser necessário considerar essa porta da Rússia ao Mar Báltico e à própria Europa, para a qual foi construída estrategicamente no século XVIII e na qual a presença cultural alemã foi sob muitos aspectos decisiva. Sobretudo pela sua arquitetura e configuração urbana, S. Petersburgo surge como metrópole cuja consideração é indispensável para os estudos culturais em dimensões globais. Também como centro musical, de ballett, dança e artes em geral justifica a metrópole russa uma particular atenção. A A.B.E., cuja tradição prende-se de forma estreita à Rússia (http://www.academia.brasil-europa.eu/portugues-historico-abe.htm), realizou uma viagem de estudos à então Leningrado em 1983. Considerou-se, então, em particular os elos com o Brasil através da personalidade do compositor Sigismund von Neukomm, importante vulto da história da música do Brasil, estudado a seguir em colóquio realizado na Alemanha com a cooperação de instituições brasileiras (http://www.brasil-europa.eu/Neukomm.htm). Em 2004, a cidade e suas instituições voltaram a ser consideradas em ciclo de estudos ali realizados e que se seguiram ao primeiro Seminário universitário dedicado a Sigismund von Neukomm na Universidade de Bonn. Os atuais estudos foram desenvolvidos sob o signo das atenções do corrente ano. Considerados foram cientistas, artistas e membros de círculos sociais influentes alemães que atuaram na Rússia e no Brasil.



27.05.2013
Tallin (Reval). A Estônia em estudos que relacionam o Báltico com o Brasil - trabalhos interculturais no ano Alemanha-Brasil 2013 da A.B.E. .Sendo uma das preocupações da ABE pela sua própria tradição o desenvolvimento maior dos estudos voltados à Europa do Norte e do Leste, que já levaram nas últimas décadas a visitas a várias cidades dessa esfera do globo, os países bálticos merecem particular atenção por constituirem sob diversos aspectos campos de intensas interações culturais e transformações político-cultuque possibilitam análises de processos de amplas consequências, inclusive de implicações para os estudos de imigração e colonização européia no Brasil. Esses estudos encontram dificuldades especiais justamente devido às transformações nas inserções geopolíticas e populacionais dos países bálticos, o que exige reconstruções de rêdes e contextos a partir de uma situação marcada por dispersões, destruições e reconstruções. Tendo sido primeiramente sede de um ciclo de estudos Estônia-Brasil em 2003 (http://www.brasil-europa.eu/Paises/Letonia.html), a sua capital foi agora novamente visitada. Os trabalhos de então tiveram continuidade sob a particular perspectiva da presença alemã no Leste e no Norte europeu por motivo da atenção especial dada às relações Alemanha-Brasil no corrente ano pela A.B.E. (Veja http://revista.brasil-europa.eu/141/Brasil-Alemanha-2013.html) Devido aos estreitos elos históricos com a Dinamarca e a Finlândia, os estudos em Tallin foram desenvolvidos em conjunto com trabalhos desenvolvidos em Kopenhangen e em Helsinki. A consideraçãode Tallin  na história de processos culturais europeus através dos séculos justifica-se sobretudo pelo papel relevante desempenhado pela cidade na expansão do Cristianismo com as atividades da Ordem Alemã na Idade
Média. Os elos com a Alemanha evidenciam-se na história eclesiástica através p.e. de relações com Lübeck; nesse sentido estudos eurobrasileiros recentemente aqui realizados puderam ter a sua continuidade no Leste (Veja http://revista.brasil-europa.eu/140/Liberdade-em-debate.html). A cidade oferece grandes possibilidades para leituras culturais na sua própria fisionomia urbana. Uma atenção especial foi dada à cultura musical tradicional e às tendências de seu estudo em comparação com aqueles observados em outros centros de pesquisa e ensino no Leste europeu. Uma particular consideração mereceu a imagem do negro na ordenação simbólica do universo religioso, representada que é em Tallin pela famosa Casa da Irmandade das Cabeças Pretas, uma organização que existiu na Estônia e na Letônia, tendo sido aqui considerada em 2003. Essa irmandade de comerciantes solteiros alemães, de importância para a ascensão social na administração da cidade, orientava-se na sua linguagem visual e nas concepções na veneração do mártir S. Maurício. O estudo hagiográfico e imagológico desse mártir pôde ser aprofundado com base nos trabalhos que vêm sendo desenvolvidos de análise de ordenações visuais de concepções do mundo e do homem e que apresentam, no caso, particulares elos com Colonia, Alemanha (http://www.brasil-europa.eu/Paises/Estonia.html)



26.05.2013

Rostock. „Luminar do Norte“: antigo centro universitário norte-europeu e maior universidade de Mecklenburg-Pomerânia Ocidental. No âmbito dos trabalhos do ano Brasil-Alemanha 2013 da A.B.E. (Veja http://revista.brasil-europa.eu/141/Brasil-Alemanha-2013.html ) realizaram-se recentemente ciclos de estudos em várias cidades do Norte da Europa. O seu principal objetivo foi analisar a presença alemã em contextos supra-e internacionais na esfera do Mar do Norte e do Leste nas suas implicações para os estudos relacionados com o Brasil (Veja notícia). Essa preocupação temática partiu da constatação que a projeção de imagens dos países europeus segundo as suas fronteiras atuais no passado impede a consideração adequada de processos históricos nas suas consequências atlânticas. Sendo as rêdes das relações comerciais da antiga Hanse consideradas com especial atenção em estudos recentes (Veja http://revista.brasil-europa.eu/140/Liberdade-em-debate.html), esses estudos não apenas tiveram continuidade como foram ampliados com a consideração da expansão alemã no contexto da Cristianização e Colonização da Idade Média nas suas consequências quanto a estruturas sociais civís e eclesiásticas então criadas em regiões e cidades que hoje não pertencem à Alemanha. Representantes de famílias aristocráticas do Leste desempenharam papel significativo como militares no Império Alemão do século XIX e deixaram, como viajantes, relatos de significado para os estudos brasileiros.Uma particular atenção foi dirigida à história das ciências nessa esfera. Rostock assume aqui papel de particular significado, pois a sua universidade, fundada em 1419, é uma das mais antigas do Norte da Europa e da Alemanha em geral. A visita de Rostock teve como objetivo também considerar o papel do intercâmbio nórdico no âmbito do ensino e da prática musical internacional. A Escola Superior de Música e Teatro de Rostock, fundada em 1947 como sucursal da Escola Superior H. Eisler de Berlim e que possui hoje  modelares instalações, é uma das instituições que mantém relações com escolas superiores do Báltico, em particular com Riga (Veja http://www.brasil-europa.eu/Paises/Letonia.html) e Tallin, também visitado no âmbito dos trabalhos do corrente ano.



21.05.2013

Sérgio Bittencourt-Sampaio, Negras Líricas. Republicou-se recentemente, em segunda edição ampliada, o livro Negras Líricas: duas intérpretes negras brasileiras na música de concerto (séc. XVIII-XIX), de Sérgio Bittencourt-Sampaio (Rio de Janeiro: 7 Letras/Viveiros de Castro Editora, 2010, 174 págs., ISBN 978-85-7577-687-2). O autor, médico, foi assessor cultural do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ, é membro titular da Academia Brasileira de Médicos Escritores e do corpo editorial da Revista Española de Musicoterapia (Barcelona). Paralelamente, é membro correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e foi presidente da Academia Nacional de Música (2004-2007). A obra, após um preâmbulo e uma introdução, é dividida nos seguintes capítulos: O intérprete negro na música brasileira nos séculos XVIII e XIX, Joaquina Maria da Conceição Lapa (Lapinha), Camilla Maria da Conceição, Principais apresentações e repertório de Joaquina Maria da Conceição Lapa (Lapinha) e Principais apresentações de Camilla Maria da Conceição (1892-1908). O autor inicia a sua obra lembrando que a história musical do Rio de Janeiro do passado ainda contém importantes aspectos a serem considerados. Um deles diz respeito às mulheres negras no canto erudito. Embora parcas sejam as referências documentais, duas cantoras obtiveram particular reconhecimento numa sociedade marcada por duplo preconceito - o de cor e o de gênero -: Joaquina Maria da Conceição Lapa e Camilla Maria da Conceição. Se hoje é comum a presença de intérpretes negras no cenário operístico internacional, antes da década de 50, a inclusão de negros na música erudita era rara. O autor lembra aqui Anne Brown em Porgy and Bess de Gershwin (1935), Caterina Jarboro e Marian Anderson. Também os libretos poucas oportunidades ofereciam para intérpretes negros. No passado teria havido até mesmo mudanças radicais em enrêdos no sentido de impedir participações de negros. Um exemplo dessa situação seria O Escravo de Carlos Gomes. Se a concepção do Visconde de Taunay
estaria de acordo com a realidade brasileira da segunda metade do século XIX, Carlos Gomes ter-se-ia sentido obrigado a transpor a figura do escravo para um índio. Com o sub-título „O timbre negroide feminino“, o autor ressalta a característica particular do timbre, da inflexão da fala ou do canto de intérpretes negros e da beleza vocal como um dos primordiais atrativos da mulher. A publicação, que inclui notas e alentada biografia, surge, pela solidez da pesquisa documental, pela precisão e coerência argumentativa e pela atualidade e relevância do tema como obra indispensável para o desenvolvimento de uma pesquisa musical de orientação cultural e dos Gender Studies no Brasil e mesmo no Exterior.



19.05.2013

Mecklenburg-Vorpommern. Primavera de Wanemünde: encerramento de ciclo de estudos no Norte e Leste da Europa. No dia 18 de maio encerrou-se, em Wanemünde, cidade portuária e importante estância balneária próxima a Rostock, Mecklenburg, ciclo de estudos da A.B.E. desenvolvido nas últimas semanas em diferentes cidades de países da região do Mar do Norte e Báltico. Esse evento inseriu-se na programação do ano Alemanha-Brasil 2013 da A.B.E. e que se realiza pela passagem dos 30 anos do primeiro simpósio dedicado à atualização de estudos da imigração e colonização alemã ao Brasil (Veja http://revista.brasil-europa.eu/141/Brasil-Alemanha-2013.html). Quando da passagem dos 25 anos desse evento, seguindo-se a viagem de comissão da A.B.E. às regiões de colonização alemã do Espírito Santo (http://www.revista.brasil-europa.eu/105/Imigrantes-Espirito-Santo.htm), realizaram-se estudos na região de Mecklenburg e Pomerânia Ocidental (http://www.revista.brasil-europa.eu/107/Estudos-Pomeranos.htm). O atual ciclo teve como objetivo dar prosseguimento às discussões então desenvolvidas, ampliando-as com a consideração da presença alemã no passado dos países bálticos, da Rússia, da Finlândia, da Suécia e da Dinamarca sob a perspectiva de seu significado para os estudos relacionados com a imigração alemã no Brasil. No decorrer do ciclo, foram visitadas universidades e instituições de pesquisas dos países envolvidos.



19.05.2013

Viena. Papagaio: sociedade para o ensino da lingua portuguesa e fomento da cultura brasileira. A pedagoga brasileira Lic. Vanessa Noronha Tolle comunica a sua intenção de integrar-se aos trabalhos da A.B.E.. É fundadora da sociedade austro-brasileira de Educação e Cultura - Papagaio -, que tem como objetivo o ensino da língua portuguesa em Viena e o fomento da cultura brasileira.



19.05.2013

Renânia do Norte/Vestfália - Casa América - temas transatlânticos - „Trans-Atlantic-Free Trade in Perspective“. A Amerika Haus NRW comunica a realização de vários eventos dedicados a temas transatlânticos no contexto da viagem do Presidente dos EUA à Alemanha em meados de Junho. Essa visita, a primeira desde 2008, ocorre em época marcada pela passagem dos 50 anos da visita de John F. Kennedy à Alemanha. Vários temas internacionais deverão dar novo impulso às relações transatlânticas. No dia 21 de Maio, Jason Langrish e Dr. Jackson Janes discutirão o tema „Trans-Atlantic Free Trade in Perspective: What North America is Looking for“.



19.05.2013

Ji-Paraná/Rondônia. Programa Nacional de Cultura Exportadora - PNCE - Seminário. Fernando Corrêa dos Santos, da Coordenadoria Internacional (COINTER) da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Social (SEDES), comunica que, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (SEAGRI), realizar-se-á um Seminário do Agronegócio para Exportação - AGROEX - no dia 24 de Maio de 2013. Essa iniciativa da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério terá lugar no Parque de Exposições de Ji-Paraná, Rondônia.



19.05.2013

Porto Alegre. Simpósio de Estética e Filosofia da Música da UFRGS. De 17 a 18 de Outubro de 2013, realizar-se-á Simpósio de Estética e Filosofia da Música (Sefim), primeiro do gênero da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A abertura do evento será feita pelo grupo Música Mundana, conjunto de músicas antigas e tradicionais (F. Domingues Alves, H. de Oliveira Nunes, L. Alves, F. Matos), seguindo-se conferências dedicadas aos temas „A Música em tempos sombrios: apontamentos sobre a Estética Musical no III Reich“ (L. Vera Tomás, UNESP) e „Ópera e a ideia de música absoluta em E.T.A. Hoffmann“ (M. Videira, USP). O dia 18 será aberto por concerto de título „As estações - Canção Brasileira de Câmara“ (C. Mascarello, C. Bourscheid, L. Kiefer, F. Mattos). A programação, ainda que parcial, inclui as conferências „Ritmo, música, melodia no pensamento de Hölderlin, Nietzsche e Rilke“ (K. Rosenfield, UFRGS) e „Apolo e Dioniso na dinâmica de escuta dos dramas musicais wagnerianos“ (Y. Borges Caznok, UNESP). No fim da tarde deste dia, oferece-se espaço para comunicações orais. A chamada de trabalhos continua aberta na página eletrônica respectiva.



07.05.2013

Oostkapelle: Vila de cultura e artes. Diversidade temática nos estudos Países-Baixos/Brasil. Acompanhando e encerrando o ciclo  dedicados às relações entre os Países Baixos e o Brasil de abril/maio, realizaram-se sessões de estudos em antiga residência da aristocracia da histórica cidade de Oostkapelle, hoje centro turístico pelas suas praias e parques naturais. Transformado em centro cultural e pousada ecológica, onde se realizam concertos e exposições, esse local mostrou-se adequado para que se refletisse sobre a necessidade de uma maior diferenciação temática no tratamento das relações Países-Baixos/Brasil. Por muito tempo, essas relações foram quase que unicamente estudadas relativamente à época da presença holandesa no Nordeste do Brasil. Como tratado no ciclo de estudos realizado em Amsterdam, em 2011, mesmo essa presença não pode ser estudada sem a consideração de amplos e complexos processos político-culturais globais (http://revista.brasil-europa.eu/140/Sinagoga-de-Amsterdam.html). Já a consideração do papel dos judeus lusófonos desempenhado nas relações comerciais a partir dos Países Baixos no continente americano e na Índia trouxe à consciência as dimensões amplas dos estudos de relações Países Baixos/Brasil e que se relacionam estreitamente com a história das Religiões e com a Filosofia (http://revista.brasil-europa.eu/140/Bento-de-Espinosa.html). Como salientado agora no ciclo de estudos, outras épocas e outros contextos temáticos devem vir a ser considerados, salientando-se, aqui, sobretudo, as emigrações neerlandesas do século XX ao Brasil. Uma perspectiva dirigida à inserção dos Países Baixos no contexto europeu através da história abre um panorama mais amplo para o estudo das relações bilaterais. Sobretudo aquelas com antigos reinos e principados alemães já foram alvo de considerações nos estudos euro-brasileiros assim orientados (http://www.revista.brasil-europa.eu/122/Doorn.html). Uma especial atenção merece o papel desempenhado pelos Países Baixos nas artes e na música contemporânea, devendo-se aqui intensificar elos institucionais existentes desde 1968.



07.05.2013

Vliessingen: Forte Rammekens. Elos com o Brasil à época de  J. Mauricio de Nassau (1604-1679). No âmbito do recente ciclo de estudos de relações Países Baixos/Brasil, considerou-se a cidade de Vliessingen, porto do Sul neerlandês, na desembocadura do Westerscheide, de alto significado militar e comercial no passado, sobretudo no contexto das ações da Companhia das Índias Orientais. A razão dessa visita residiu na hipótese de que o forte de Rammekens, uma das mais antigas fortalezas marítimas da Europa, tenha servido de modêlo para o Fort Friedrich Heinrich (Vijfhoek), ou forte dos cinco cantos, tratada pelos autores de fundamental obra recém publicada ao considerar fortes holandêses no Brasil, em particular na ilha António Vaz na confluência dos rios Capiberibe e Beberibe: Gerhard Brunn, Cornelius Neutsch, Sein Feld war die Welt: Johann Moritz von Nassau-Siegen (1604-1679): Von Siegen über die Niederlande nach Brasilien und Brandenburg, Waxmann, 2008, pág. 107).



07.05.2013

Domburg/Zeeland: Vila Carmen Sylva. Dimensões internacionais da história cultural de balneário neerlandês: Romênia-Alemanha-Brasil. No âmbito do ciclo de estudos dedicados a relações entre os Países Baixos e o Brasil, uma sessão foi realizada em Domburg, principal balneário neerlandês no litoral do Mar do Norte. Domburg é um dos mais antigos balneários de mar da Europa, merecendo ser considerado com atenção nos estudos voltados à função dessas estações de vida cosmopolita na história cultural internacional. Como vem acontecendo em ciclos euro-brasileiros em diferentes cidades européias, entre elas da França, Alemanha, República Tcheca e Hungria (Veja notícias e e.o.http://www.revista.brasil-europa.eu/133/Goncalves-Dias-na-Europa-Central.html), assim como recentemente no Brasil (Veja notícias), refletiu-se ali sobre relações entre a vida cultural internacional de Domburg no passado e o Brasil. Centro dessas reflexões foi a casa onde a escritora Elisabeth zu Wied (1843-1916), rainha da Romênia, que ali residiu em 1889. (http://www.revista.brasil-europa.eu/134/Indice_134.html)Essa casa de praia, designada com o seu pseudônimo „Carmen Sylva“, é hoje um dos monumentos históricos locais. A presença de Elisabeth zu Wied traz à consciência relações entre a Alemanha, a Romênia e os Países Baixos. Pela sua origem familiar, pertence a uma família com elos com o Brasil, como considerado em trabalhos anteriores desenvolvidos em Neuwied e em outras cidades da região alemã de Nassau. Esses vínculos são marcados sobretudo pela viagem ao Brasil do príncipe Maximilian A. Philipp zu Wied-Neuwied (1782-1867), onde visitou grupos indígenas e dedicou-se sobretudo ao estudo de pássaros (Reise nach Brasilien in den Jahren 1815 bis 1817, Frankfurt 1820–1821). Elisabeth zu Wied, com a sua alta formação musical, adquire significado sob a perspectiva dos Estudos da Mulher relacionados com a
música, como tratados em contextos euro-brasileiros em seminário de Gender Studies realizado na Universidade de Bonn 2003/4. „Carmen a canção e Sylva a floresta. O canto da floresta soa por si próprio. Se não tivesse nascido na floresta, então não entoaria mais as canções. As escutei dos pássaros, A floresta as murmurou de volta. De coração dei o compasso, Juntaram-se soando a floresta e a canção.“



06.05.2013

Veere: Igreja cultural Onze Lieve Vrowwekerk.  Igreja na imigração neerlandesa no Brasil em suas inserções na história religiosa dos Países Baixos. A comunidade Veere, na antiga ilha Walcheren, Zeeland, é uma das cidades de maior significado histórico-arquitetônico e cultural dessa região dos Países Baixos. O seu patrimônio arquitetônico de casas „escocesas“ testemunha a importância do porto no comércio de tecidos com a Escócia e a Inglaterra no passado. Um de seus principais monumentos é a Igreja Onze Lieve Vrowwekerk, de 1479, que é apenas utilizada em parte para serviços religiosos, servindo o edifício hoje sobretudo a centro cultural - „Igreja de cultura“. Projetada como igreja de grandes dimensões, nunca foi completada. Quando da Reformação em 1572, passou por reformas para a adaptação aos serviços calvinistas. Nessa „Igreja de cultura“ considerou-se o papel desempenhado pela igreja reformada na imigração neerlandesa ao Brasil, em particular no Paraná, a partir 1911, sob Leendert Verschor e Jacob C. Voorsluys, e suas inserções na história religiosa nos Países Baixos. Serviu, como base das reflexões, o capítulo „Zondag in Carambei“
em continuidade aos comentários do livro Zuid-Amerika, de Mary Pos (Wageningen: N.V. Gebr. Zoner & Keunings Uitgeversmij, s/d, págs. 68 ss.)



06.05.2013

Middelburg: Academia Roosevelt. Estudos da emigração neerlandesa ao Brasil. No contexto do ciclo de estudos desenvolvido na província Zeeland por motivo da subida ao trono do novo rei dos Paises Baixos (Veja notícia), realizou-se uma sessão em Middelburg capital da província de Zeeland. A cidade abriga desde 2004 um Honors College universitário fundado a partir da Universidade de Utrecht. Tendo o seu edifício principal na antiga Casa de Conselho, um dos principais monumentos arquitetônicos da cidade, a academia é uma instituição de excelência, admitindo apenas um número reduzido de estudantes. Entre estes, 1/3 provém do Exterior. A questão tratada na visita a Middelburg disse respeito à literatura referente à emigração neerlandesa do século XX à América Latina, em particular ao Brasil. Entre as publicações de difusão popular consideradas comentou-se o livro de Mary Pos, Zuid-Amerika (Wageningen: N.V. Gebr. Zoner & Keunings Uitgeversmij, s/d, e que apresenta relatos de viagens em colonias neerlandesas do Brasil, Argentina e Chile. Quanto ao Brasil, o livro considera em particular a colonia Carambei no Paraná, assim como três mais recentes colonias da região de Castro. O livro é dedicado fundamentalmente á questão básica das possibilidades de emigração de neerlandeses à América do Sul: „Kunnen wij ook naar Zuid-Amerika emigreren?“



30.04.2013

Zeeland. Ciclo de estudos euro-brasileiros pela abdicação da rainha Beatrix e subida ao trono de Willem-Alexander. A mudança no trono dos Países Baixos representa a principal data no calendário de comemorações neerlandesas do corrente ano, com um vasto programa de eventos, muitos deles voltados a temas histórico-culturais. Dando continuidade aos estudos de relações Países Baixos/Brasil efetuados por último em Amsterdam, em 2012 (Veja niotcias e http://revista.brasil-europa.eu/140/Sinagoga-de-Amsterdam.html), escolheu-se para o ciclo que agora se realiza a província de Zeeland. Essa escolha justifica-se pelo fato de ter-se notícia da existência de fortes de colonos dessa região já em 1600 no Amazonas - o forte Nassau e o forte Oranje. Em 1616, sob a direção de Pieter Adriaenszoon uma outra expedição da Zeeland levou à construção de outro forte. Esses indícios, ainda que pouco documentados, chamam a atenção para a necessidade de uma maior diferenciação quanto a ação de neerlandeses no Brasil e em outras regiões da esfera portuguesa à época da União Pessoal entre Portugal e a Espanha. As reflexões estão sendo encetadas em várias cidades - Veere, Domburg, Middelburg, Oostkapelle, Westkapelle e Vlissingen.



29.04.2013

Cabo Verde-Brasil-Alemanha. Mensagem do Ministério da Cultura, Assessoria de Artes. O Sr. Bento Alexandre Lima Fortes Oliveira, Assessor de Artes do Gabinete do Ministro da Cultura de Cabo Verde comunica articulações no sentido de criar-se estruturas para diálogos com o ISMPS.



29.04.2013

Brasil-Romênia. O Sr. Fernando Klabin, da Embaixada do Brasil em Bucareste, cidade em que reside desde 1997, transmitiu os seus cumprimentos à A.B.E. pela realização do ciclo de estudos na Romênia (http://www.revista.brasil-europa.eu/134/Indice_134.html). Sendo tradutor de literatura romena para editoras brasileiras, tem o desejo de expandir o intercâmbio Brasil-Romênia e mesmo Brasil-Leste Europeu, encontrando na A.B.E. terreno fértil para projetos e cooperações.



28.04.2013

Cabo Verde-Brasil-Alemanha. Mensagem da Embaixadora da República de Cabo Verde na Alemanha ao ISMPS/Academia Brasil-Europa. S.E. Cristina Pereira, Embaixadora da República de Cabo Verde em Berlim, acreditada juinto à República Federal da Alemanha a 8 de Fevereiro, comunica a sua satisfação pelo número dedicado a Cabo Verde da Revista Brasil-Europa/Correspondência
Euro-Brasileira, assegurando a intenção da Embaixada na intensificação das cooperações. http://www.revista.brasil-europa.eu/ed.Bispo/Edicao_atual_1.html Viajando agora a Cabo Verde, entrará em contato a respeito com S.E. o Dr. Jorge Tolentino, atualmente em funções como Ministro da Defesa, que, como Embaixador do país na Alemanha, sugeriu, em 2005, uma orientação temática dos trabalhos euro-brasileiros às relações entre Estudos Culturais e Ciências da Educação. Essa sua sugestão, vindo de encontro ao escopo das entidades, teve a sua expressão nos ciclos de estudos posteriores do ISMPS/ABE e nos trabalhos realizados em fevereiro do corrente ano nas ilhas de Santiago e São Vicente.



28.04.2013

Encerramento do Ano Guilherme de Mello na Bahia.  O professor Marcos Santana,  coordenador do Projeto Memória Musical da Bahia, comunica que a Escola Técnica da Casa Pia e o Colégio de São Joaquim, em parceria com o Centro de Estudos Miguel Santana e do Núcleo de Estudos Musicais, realizará uma cerimônia que marca o encerramento do Ano Guilherme de Mello na Bahia - Maio de 2012 a Maio 2013. O Ano iniciado com cerimônia que registrou na Bahia os 80 anos de falecimento do homenageado, incluiu celebração eucarística e palestra „Biografia Musical de Guilherme de Mello“ pelo Prof. Dr. Manuel Veiga Jr, Professor Emérito da UFBa, Coordenador do NEMUS, assim como a instalação do Memorial Biografia Musical Guilherme de Mello e Manoel Zeferino dos Santos.Guilherme Teodoro Pereira de Mello (1867-1932), que recebeu formação no Colégio de Órfãos São Joaquim, onde obteve ensinamentos em música do mestre da banda do estabelecimento, Elisiário de Andrade, criou, em 1892, uma Schola Cantorum. Foi mentor de vários músicos da Bahia. No Rio de Janeiro, tornou-se, em 1928, bibliotecário interino do Instituto Nacional de Música. O significado de Guilheme de Mello para a Musicologia, salientado por Luís Heitor Corrêa de Azevedo quando da fundação da Sociedade Brasileira de Musicologia na Sala da Independência do Museu Paulista, em 1981, reside sobretudo no fato de ter escrito a obra considerada como a primeira História da Música do Brasil. Em Tributo a Guilherme de Mello, Marcos Santana lembra, em linguagem poética, que o homenageado foi aluno, mestre, arquivista e professor da instituição, terminando com o Coro: „No Colégio São Joaquim, Encontraste um bom sinal; Partituras, sons sem fim, Sinfonia universal.“



28.04.2013

Saudação musical ao Papa da Ir. Miriam Kolling. A Irmã Miria T. Kolling comunica que compôs uma saudação musical ao Papa Francisco de título „Francisco, no abraço do Redentor!“, divulgando partitura e audio, em MP3, pela Internet.



27.04.2013

Mindelo, Cabo Verde. Encontro na Universidade Jean Piaget. Na edição da Revista Brasil-Europa agora publicada documenta-se encontro realizado no polo de Mindelo da Universidade Jean Piaget, organização universitária atuante também em Portugal e em outros países africanos de língua portuguesa. http://revista.brasil-europa.eu/142/Universidade-Piaget-Mindelo.html. A atenção especial dada às relações entre os Estudos Culturais e as Ciências da Educação resultou de sugestão feita pelo Embaixador da República de Cabo Verde na Alemanha aos representantes do I.S.M.P.S. e da A.B.E. em diálogos levados a efeito na Embaixada caboverdiana em Berlim, em 2005. Como salientado na ocasião, essas instituições euro-brasileiras vêm defendendo a necessidade prioritária de um maior desenvolvimento dos Estudos Culturais em cooperações recíprocas internacionais como pressuposto para reflexões e iniciativas fundamentadas na área da Educação. No encontro em Mindelo, a Profa. Maria Santos Trigueiros apresentou não apenas a história da implantação da universidade, o seu desenvolvimento nos últimos anos, os sucessos e as dificuldades que experimentam no presente, como também teceu considerações sobre a expansão de cursos superiores em Cabo Verde e os problemas resultantes de uma falta de possibilidades de exercício profissional para os graduados. A supra-qualificação surge como um dos maiores problemas nacionais. No diálogo, salientou-se que essa problemática não se limita a Cabo Verde, sendo-se de esperar que a atual política universitária de muitos países, também na Europa, leve à gradução de um número excessivo de profissionais em áreas que não correspondem às necessidades e à procura. Também a política de organizações de fomento à pesquisa e intercâmbio acadêmico internacional parece estar sendo marcada por um processo inflacionário que exige reflexões de base.http://www.revista.brasil-europa.eu/ed.Bispo/Edicao_atual_1.html



26.04.2013

Cidade da Praia, Cabo Verde. Gabinete do Ministro da Cultura. Encontro da A.B.E./I.S.M.P.S. com o Assessor para as Artes. A intensificação da cooperação científico-cultural entre o Cabo Verde e as instituições euro-brasileiras vinculadas à A.B.E. e ao I.S.M.P.S. foi tema de encontro realizado na Casa da Cultura da Cidade da Praia, capital do Cabo Verde, em fevereiro do corrente ano. Nessa oportunidade, o Sr. Bento Oliveira, Assessor para as Artes do Gabinete do Ministro da Cultura da República, apresentou os projetos da atual gestão ministerial voltada à cultura, e que se caracteriza por uma particular atenção à música pelo atual Ministro, êle próprio músico. O Assessor, tendo vivido muitos anos em Belém, Pará, onde desenvolveu estudos, dispõe de amplos conhecimentos e experiêmncia de vida do Brasil. Lembrou-se, por parte do I.S.M.P.S., que o Cabo Verde vem sendo alvo estudos universitários desde a década de 70 dentro da orientação teórico-cultural dirigida a processos a que se prende a instituição e que remontam a iniciativa brasileira de 1968. No âmbito de programa específico dedicado a Cabo Verde, e com a participaçãoo de caboverdianos da emigração européia, tem-se realizado simpósios, colóquios e cursos em colaboração com as universidades de Bonn e Colonia. Com base nos textos dos Websites da A.B.E., mostrou-se a consideração pioneira de questões relacionadas com o Cabo Verde em seminários universitários dedicados à questões atuais, entre outros relacionados com  World Music, com os Cultural Studies e Gender Studies, além daqueles cursos voltados à renovação teórica da musicologia histórica e da Etnomusicologia. Salientou-se que uma particular atenção vem sendo dada nas últimas décadas à renovação dos estudos transatlânticos e, nesse sentido, cabe ao Cabo Verde
particular atenção. Nos diálogos, registrou-se que também a orientação local pretende vir de encontro a essa linha de trabalho instituída e divulgada pelo I.S.M.P.S., valorizando o papel extraordinário da música sob a perspectiva de suas dimensões atlânticas, o que vale sobretudo para a cidade de Mindelo.http://www.revista.brasil-europa.eu/ed.Bispo/Edicao_atual_1.html



26.04.2013

Cabo Verde/Brasil: Estudos Culturais e Ciências da Educação. A segunda edição da Revista Brasil-Europa- Correspondência Euro-Brasileira agora lançada oferece relatos de ciclos de estudos referentes a Cabo Verde levados a efeito nas ilhas de Santiago e São Vicente em fevereiro do corrente ano. Os trabalhos inserem-se no programa específico do I.S.M.P.S., que vem sendo desenvolvido em cooperação com universidades e com caboverdianos da imigração residentes em cidades da Europa. A orientação temática resultou de encontro realizado na Embaixada da República de Cabo Verde em Berlim, em 2005. O ciclo de estudos, realizando-se à luz da atual atenção a processos entre o Mediterrâneo e o Atlântico devido à celebração de Marseille como capital da cultura 2013, acentuou o papel do arquipélago no contexto das relações transatlânticas. Uma particular atenção foi dada a Mindelo, a „capital cultural“ de Cabo Verde como cidade de particular significado para os estudos culturais em contextos globais, em particular da esfera atlântica. http://www.revista.brasil-europa.eu/ed.Bispo/Edicao_atual_1.html



25.04.2013

Universidade Federal de Roraima abre Concurso para Magistério Superior. O Sr. Eliel Eleuterio Farias, Professor de Magistério de 3° Grau, Diretor de Pesquisa, comunica a abertura de Concurso Público para provimento de cargos de professor de Magistério Superior da universidade Federal de Roraima através dos Editais 012/2013 e 013/2013 - PROGESP, no período de 29 de Abril a 31 de Maio do corrente ano. As inscrições devem ser feitas na Diretoria de Administração de Recursos Humanos/DARH da UFRR ou por via postal. O concurso constará de prova escrita, prova didática, prova didática prática e prova de títulos, sendo esta classificatória. Entre as muitas vagas, mencionam-se as de Comunicação Social, Artes Visuais, Lingua Brasileira de Sinais, Letras, Arquitetura e Urbanismo, Relações Internacionais e Licenciatura ou Bacharelado em Música. Mais informações podem ser obtidas no Website da universidade.



24.04.2013

Audições comentadas: Sylvia Maltese, Música brasileira para piano: Savino de Benedictis e sua escola de composição. Terminando as audições comentadas de gravações com resultados de trabalhos da pianista S. Maltese por ocasião do ciclo de leituras para universitários recentemente realizado no Centro de Estudos Brasil-Europa, considerou-se o CD Música brasileira para piano. Savino De Benedictis e sua escola de composição. O neto de Savino de Benedictis (1883-1971), Sergio de Nucci, oferece uma biografia do compositor, professor e regente. Nascido em Bari, estudou com o seu pai, Francesco De Benedictis e com Gaetano F. Foschini, diretor do Conservatório de Turim. Imigrando para o Brasil, foi professor do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, de 1910 a 1927. Exerceu o magistério em outros conservatórios de São Paulo e de Santos. Em 1928, fundou a Academia Musical de São Paulo, dirigindo-a até 1938. Escreveu obras teóricas, entre as quais um Tratado de Harmonia. O poema coral-sinfônico Centenário, de sua autoria, foi executado quando da inauguração do Monumento da Independência, no Ipiranga, em 7 de Setembro de 1922. O CD apresenta programa de recital em sua homenagem realizado em 2001 no Teatro Musical de São Paulo. Além de obras do homenageado, a edição inclui composições de Dinorá de Carvalho, Francisco Mignone, Orestes Farinello, Angelo Camin, Emilia de Benedictis, Norsinha Pierri Martins, Silvio Baccarelli, Pe. José Geraldo de Souza, Pe. José de Almeida Penalva e Gilberto Mendes.



24.04.2013

Audições comentadas: Sylvia Maltese, Música Brasileira do Império - Visconde de Taunay: Composições para piano. Dando continuidade à audição comentada de gravações que se seguiu ao ciclo de leituras para universitários alemães no Centro de Estudos Brasil-Europa, considerou-se o trabalho de pesquisa e interpretação da pianista paulista S. Maltese voltado à obra para piano de Alfredo D‘Escragnolle Taunay, Visconde de Taunay, que as assinou sob o pseudônimo de Flavio Elysio. O CD foi gravado em outubro de 2007 no estúdio Paulus e Cia. do Gato, em S. Paulo. Para a gravação, a pianista selecionou as seguintes obras: Doux Souvenirs (2a. Valsa Chopiniana) op. 4; Révélation (4a. Valsa Chopiniana op.6; Tours Heureux (Nocturno no estylo de Schulhoff); Sous les Palmiers; Bonheur de Vivre (2a. Valsa Brilhante de Salão) op. 16; Poemetos Musicais op. 27; Regards en arrière (3a. Valsa Chopiniana) op. 52; L‘Entrainante (Mazurka pour Piano) op.38; Secrets d‘Amour (2a. Mazurka de Salon) op.41; Douce Mélancolie (Étude de Salon) op. 48; La Coquette op. 42; Tendres regrets (6a. Valsa Chopiniana); Mélodie Dramatique op.50; Festa na Aldeia op. 21. O CD inclui um texto de Sérgio Bittencourt-Sampaio.



24.04.2013

Audições comentadas: Sylvia Maltese, Emilia De Benedictis. Obra completa para piano. O CD (SM 0310), aberto com texto de Nilcéia C. da Silva Baroncelli, representa uma homenagem à compositora Emilia De Benedictis (1919-1996). Pianista e professora de origem italiana, filha do compositor Savino De Benedictis, diretor da Academia Musical de São Paulo, estudou nessa instituição com Amedeo Puglielli, de 1928 a 1938. Neste ano, foi solista em concerto regido pelo Mtro. Souza Lima na Rádio Tupi. Aperfeiçoou-se mais tarde com Magdalena Tagliaferro, Souza Lima e Sebastian Benda. Ao lado de concertos, dedicou-se ao ensino e à composição, que passou a colocar em partitura a partir dos anos 80. Das ca. de 20 composições para piano que escreveu, as peças Arabesque nr.1, Arabesque nr.2, Devaneio, Inquietude e Nostalgia foram recuperadas e transcritas para o CD.





24.04.2013

Audições comentadas: Duo Tarditi-Maltese, Mulheres Compositoras/Femmes Compositrices. Encerrando o ciclo de leituras do Centro de Estudos Brasil-Europa recentemente realizado (Veja notícias),  considerou-se o trabalho de pesquisas que vem sendo realizado pela pianista Sylvia Maltese e que tem a sua expressão em gravações de obras em grande parte pouco conhecidas ou inéditas.  Uma de suas produções é o CD Mulheres Compositoras/Femmes Compositrices (SM1009), com obras executadas com a participação da pianista Paola Tarditi.A edição inclui obras de Augusta Homès (1847-1903), Lili Boulanger (1893-1918), Louise Farrenc (1804-1875), Marie Trautmann Jael (1846-1925) e Mel Bonis (1858-1937) ao lado de composições das musicistas brasileiras do passado Branca Bilhar (1887-1936), Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Dinorá de Carvalho (1895-1980), Emilia De Benedictis (1919-1996) e da atualidade, entre outras Sandra Abrão, Silvania Barros, Adelaide Pereira da Silva e Nilcéia C.S.Baroncelli, esta última autora também do texto „O Reverso de Pandora“, que introduz o CD e possuidora de coleção particular de partituras. As obras foram gravadas entre abril e maio de 2009 nos estudios Cia. do Gato, em São Paulo.



24.04.2013

Leituras em português na Alemanha X. Heloísa Valente (Org.). Canção d‘Além-Mar: O fado e a cidade de Santos. Entre as várias publicações consideradas no ciclo de leituras estudantís recentemente realizado no Centro de Estudos Brasil-Europa incluiu-se uma coletânea dedicada ao fado na cidade de Santos, organizada por Heloísa de A. Duarte Valente e editada por José Luiz Tahan (Canção d‘além mar: o fado e a cidade de Santos, Santos: Realejo 2008, CDD - 781.6269100981612). Em texto de contracapa, o compositor Gilberto Mendes  apresenta a obra de sua ex-aluna na ECA-USP, salientando tratar-se de um livro que conta a história de uma escuta, sobretudo radiofônica; a pesquisadora que dedica-se à documentação e interpretação do fenômeno da presença da canção nas mídias e criou um Núcleo de Estudos em Música e Mídia, o MusiMid, com o qual já realizou eventos no SESC de Santos. Na sua apresentação, a autora salienta o alto contingente de imigrantes portugueses em Santos e o trabalho de produtores de programas radiofônicos, músicos e cantores; em contato com essas pessoas e convidados organizou o livro, marcado por uma abordagem múltipl com o intento de deslindar o processo de urbanização, os movimentos de imigração e as próprias músicas praticadas. Fontes importantes para a história do rádio e da música portuguesa em Santos foram Manoel Joaquim Ramos e Lídia Miguez, possuidores de vasta discoteca e documentos diversos. A êles a organizadora pediu uma lista de ca. de 20 fados entre os mais solicidados no programa Presença Portuguesa dos anos 60, oferecendo na obra uma entrevista com esses protagonistas. Da organizadora são também os artigos „Saudades de Portugal no Brasil, ou...Fado, uma canção viajante“ e o Posfácio „Acho inúteis as palavras...“. A coletânea inclui, entre outros, os artigos „Santos, cidade mítica“ (F. Viegas Amoreira), „Portugueses em Santos: história e
identidade“ (R. Rodrigues Tavares), „Múltiplas tônicas: uma crônica da música em Santos no século XX“ (D. Machado Neto), „Guitarra e violão: o acompanhamento do fado“ (T. Prada), „Saudades d‘aquém-mar: olhares a partir de letras de canções“ (S. Ventura)“, „À escuta do fado: memórias de afetos e vínculos“ (M. R. Ferrari Nunes), „Fado, meu filho“ (L. H. Portela Faria), „Liberdades poéticas (daqui d‘além-mar...") (S. Paes), „Vim para o fado“ (A. MAtis, M. Sabo e G. Henrique), „Itinerário de um cantar viajante - roteirização e montagem do documentário Canção d‘além-mar“ (E. de A. Teixeira“). A publicação inclui partituras (Barco Fantasma - Ivan Lins e Victor Martins; Lar d‘além-Mar - Gil Nuno Vaz e J. Vaz Pereira da Silva; Sonho de Emigrante-Manoel Ramos e Lídia Miguez).



14.04.2013

Leituras em português na Alemanha IX. Vítor Pavão dos Santos, Amália - Uma Biografia. No contexto das leituras dedicadas ao fado, em particular a Amália Rodrigues (1920-1999), promovido pelo ISMPS em continuidade ao ciclo de estudos que incluiu visitas ao Museu do Fado de Lisboa e ao mausoléu da artista no Panteão Nacional, em 2012 (Veja notícias), deu-se particular atenção à biografia de Vitor Pavão dos Santos (Amália - Uma Biografia, Lisboa: Editorial Presença, 2005). O autor (*1937), Licenciado em História, diretor durante muitos anos do Museu Nacional do Teatro por êle fundado, é autor de Revista à Portuguesa, o primeiro estudo sôbre o teatro de revista em Portugal. A introdução à obra é iniciada com a lembrança de que foi em 1994 que a sua biografia adquiriu nova vida, pois serviu de base, em New York, ás conversas de Bruno de Almeida com a cantora, que deram origem a uma série de programas de televisão que alcançou repercussão internacional (Amália. Uma Estranha Forma de Vida) e antecederam a seu último espetáculo no âmbito de Lisboa Capital da Cultura (1999). O livro inicia-se, assim, com a sua morte, salientando a grande participação popular no seu enterro, uma pompa que se repetiu em 2001 na transladação para o Panteão Nacional. Um outro momento de importância na vida do livro deu-se pelo fato de servir de base a um musical de Filipe La Féria, apresentado no Funchal em 1999, posteriormente no Teatro Politeama, em 2000, tendo sido, segundo o autor, o maior sucesso da história do teatro em Portugal. O seu contato com a cantora remonta a 1943, possibilitado pelo fato de ser o seu pai jornalista e amigo de fadistas. Em 1970, encontrou-a em Veneza, em 1977 mencionou à cantora o seu projeto de biografia e em 1982 deu início à série de 25 encontros que durou até 1986. Essas entrevistas foram completadas com pesquisas em arquivos e bibliotecas, em particular na Library of the Performing Arts no Lincoln Center, NY, na Bibliothéque de l‘Arsenal, Paris, e na Biblioteca Nacional de Lisboa.  Após tratar, assim, da „Conversa Última“ e
da „História de uma Conversa“, o autor apresenta a „Abertura - Ai, esta pena de mim“, iniciada com as palavras „Desde que existe morte, imediatamente a vida é absurda“, o que deixa entrever uma visão e um sentimento de vida da cantora, marcados por tristeza e idéia de morte. Os oito ítens seguintes oferecem a biografia segundo fases (1920-1938; 1939-1943; 1944-1948; 1949-1955; 1956-1961; 1962-1967; 1968-1974 e anos seguintes). O livro inclui numerosos extratos de apreciações sôbre a cantora, em especial de publicações do Exterior, traduzidas para o português, com o sentido de contribuir à avaliação da sua recepção internacional. Do Brasil, inclui palavras e.o. de Antonio Maria (Semanário, RJ, 1957), Assis Chateaubriand (O Jornal, 1959; Diário de S. Paulo, 1967), Guilherme Figueiredo (O Jornal, 1964), Roberto Moura (Tribuna da Imprensa, RJ, 1972) e Ney Machado (Jornal dos Sports, RJ, 1973). O livro inclui uma lista das suas principais atuações internacionais, de prêmios, condecorações e distinções, sobre a sua atuação como atriz, de CDs, dos principais autores cantados e uma série de imagens.



13.04.2013

Leituras em português na Alemanha VIII. Rui Martins Ferreira, Amália -A Divina Voz dos Poetas e de Portugal. Entre as publicações em português consideradas no ciclo de leituras comentadas para estudantes alemães promovido pelo ISMPS (Veja notícias anteriores), considerou-se um livro que foi resultado de uma dissertação de mestrado em Estudos sobre as Mulheres apresentado na Universidade Aberta de Lisboa em 2006 (Rui Martins Ferreira, Amália 1920-1999 - A Divina Voz dos Poetas e de Portugal, Lisboa: Parceria A.M. Pereira Livraria Editora, 2008. ISBN 978-972-8645-61-8). O seu autor (*1962), é professor de Língua Portuguesa e de Língua Francesa e Licenciado em ensino desses idiomas. Dedicando-se há anos ao estudo do fado, afilhado da cantora, autor da publicação Amália ou le Fado incarné, premiado pela Alliance Française de Paris, em 1988, tem coordenado projetos educativos relacionados com o fado e com a poesia portuguesa, sendo êle próprio fadista profissional. O seu Mestrado em Estudos sobre as Mulheres foi orientado pela Profa. Dra. Anabela Galhardo Couto. No prefácio, esta orientadora salienta o „espaço interdisciplinar que cruza a história do Fado, a história das mulheres e os estudos literários“, sendo a partir dessa perspectiva que o autor interroga: „De que texturas se tinge a voz poética do universo fadista amaliano? Que gramática de sentimentos, que modulações assume essa voz através das palavras que escolheu cantar?“ O autor procura assim „seguir o rasto de uma voz (...) através das palavras dos poetas, ou seja, através dos poemas de que essa voz se apropria.“ (pág. 9) No repertório poético apropriado constatar-se-ia um „universo temático que se constrói em torno de tópicos recorrentes da tradição literária portuguesa: a saudade, a ausência, o sofrimento, o amor idealizado, o fatum.“ (pág. 10)  A seguir, a Dra. Irene Reis Costa salienta as dimensões da personalidade da cantora
como mulher. Apesar da sua fraca cultura, conseguiu, com a sua força interior, a sua perseverança, enfrentar a vida e tornar-se um ícone da cultura portuguesa. Já as primeiras palavras da introdução do autor corroboram essas observações, quando justifica ter escolhido o tema para o seu mestrado sobre as mulheres pelo papel da cantora na ruptura de cânones tradicionais do fado e ter sido uma mulher que soube erguer-se acima da sua condição social de origem e se impor como valor cultural à escala universal. Quatro questões fundamentais foram tratadas pelo autor: „Qual o papel desempenhado por Amália e a sua voz na passagem da poesia erudita para a voz do povo e do Fado? Que mensagem Amália transmitiu nos versos que cantou? Que imagem da cultura portuguesa veiculou? Que matizes assumiu essa voz que se espalhou por todo o mundo?“ (pág 17-18). O trabalho é dividido em 4 capítulos: „O Fado e Amália Rodrigues“, „Os Poetas de Amália: percursos“, „Os Versos de Amália“„O Fado e o Fatum, Destino Trágico de um Povo“. Nas suas conclusões, o autor lembra, entre outros aspectos, que a entrada de Amália Rodrigues no Panteão Nacional foi a sua derradeira vitória, ainda que por muitos contestada. O seu intento foi de trazê-la para a Universidade. „Em jeito de...reflexão“, indaga se Amália é o ou um dos símbolos de Portugal, chegando a afirmar que ela „fecha com Camões e Pessoa, o triângulo de heterónimos ao acrescentarmos o seu nome à bandeira e ao hino que nos definem mundialmente como país e como povo“ (!). De particular utilidade é o levantamento que o autor oferece dos poemas cantados com base na discografia.



12.04.2013

Leituras em português na Alemanha VII. Luís Machado, Amália: Confidências em Noite de Primavera. Dando continuidade às leituras comentadas de publicações em português por estudantes alemães, entre aquelas de interesse para o estudo do fado onsiderou-se recente publicação que reproduz uma das últimas entrevistas de Amália Rodrigues (1920-1999), então com 71 anos (Luís Machado, Amália: Confidências em Noite de Primavera, Lisboa: Ancora-editora, 2011, ISBN 978 972 780 337 8). O autor, nascido em Lisboa em 1950, membro da Direção da Associação Portuguesa de Escritores, apresenta múltiplas experiências como ator, jornalista, crítico de filmes, animador cultural e organizador cultural. Entre as suas iniciativas, destacam-se as „Evocações“ por ocasião dos 100 anos de morte de Eça de Queirós e do nascimento do poeta José Gomes Ferreira, e „Itinerários“, relembrando percursos afetivos de vários poetas em diferentes cidades. Autor de vários livros, foi comissário da exposição „Culturalidades“ (1998) e de „A Festa da Poesia“ (2002-2005). No Prefácio, de título „Um Grande Espectáculo Final“, Rui Vieira Nery salienta que a cantora deu inúmeras entrevistas no decorrer da sua vida, sendo que de uma delas resultou a biografia de Vítor Pavão dos Santos (1987). Mesmo depois da sua morte publicaram-se registros póstumos de conversas, evocadas por escrito ou por testemunhos orais. A conversa com o autor do livro deu-se durante uma tertúlia em 1992, no âmbito de uma inicitiva no café Martinho da Arcada. Tratar-se-ia de uma fase marcada pela tristeza, até mesmo angústia, não tanto pela idade, mas pela rejeição que experimentou após a Revolução do 25 de Abril. O interlocutor teve a capacidade de fazer com que superasse por vezes essa depressividade, oferecendo observações repletas de vivacidade, lucidez e graça conhecidas do passado. Entre os aspectos salientados, lembra-se da sua descrição da imagem de Salazar da sua infância e a diferença que deve ser feita entre essa visão e uma atitude política da cantora. Do ponto de vista musical, o
prefaciador salienta a concepção da cantora sobre o fado, nele incluindo não só o folclore e marchas de Lisboa, mas também „cantigas“ de Alain Oulman. „É curiosa esta sua preocupação de separação de géneros poético-musicais na sua auto-representação, apesar da sua repetida afirmação de que cantava tudo aquilo ‚que lhe sabia a Fado‘‘. (pág. 13) Além de uma introdução de título „Memória de uma Noite de Primavera“ e a reprodução da „Tertúlia com Amália“, o livro oferece um "Itinerário Cronológico de Amália Rodrigues" e "Testemunhos para um Posfácio" (Eduardo Lourenço: "Amália: Uma Rainha do Povo Português"; Carlos do Carmo: "Lembrar Amália é um Preito de Gratidão"; Cristina Branco: "A Divina"). A leitura dessa publicação decorreu sobretudo sob o aspecto das tematizadas inserções do fado em processos político-culturais e dos problemas resultantes de conotações, associações ou implicações políticas do gênero ou de artistas.



11.04.2013

Leituras em português na Alemanha VI. Amália no mundo/O mundo de Amália. Uma particular atenção no ciclo de leituras promovido pelo ISMPS no Centro de Estudos Brasil-Europa foi dada à literatura mais recente relativa ao fado. O objetivo dos colóquios foi o de considerar resultados e tendências atuais a respeito sob a perspectiva dos próprios trabalhos que o ISMPS vem desenvolvendo através dos anos e que remontam a estudos da problemática cultural luso-brasileira dos anos 60 e início da década de 70 (Cf. súmula em A.A.Bispo, „O fado e a questão do ethos luso e luso-brasileiro“, Brasil-Europa & Musicologia, Colonia: ISMPS 1999, 262-266). As leituras atuais seguiram-se ás impressões obtidas no Museu do Fado de Lisboa por ocasião de ciclo de estudos realizados em 2012 ( Veja notícia). Nessa ocasião, visitou-se o mausoléu de Amália Rodrigues no Panteão Nacional, Igreja de Santa Engrácia. Dando continuidade às reflexões então encetadas a respeito das dimensões e da imagem de Amália Rodrigues no presente, em si um fenômeno a ser estudado sob a perspectiva dos Cultural Studies, as leituras partiram do catálogo de exposição a ela dedicada no Panteão Nacional, realizada de 20 de julho a15 de novembro de 2009 pelos 10 anos da morte da artista (Amália no mundo/O mundo de Amália-Amália in the World/The World of Amália, ISBN 978-989-8052-08-7). A coordenação e a gestão geral do projeto coube a Isabel Melo, a comissária científica foi Cristina Faria, também autora de textos. A concepção da exposição foi de José Dias, com a colaboração de Paulo Venâncio. A organização contou com o apoio de várias entidades, colecionadores e particulares. Nas suas palavras introdutórias, Elísio Summavielle, diretor do IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico), parte do significado patrimonial de Amália Rodrigues, justificando o seu lugar no Panteão Nacional como prova de um reconhecimento nacional.
A êle seguindo-se, a diretora do Panteão Nacional, Isabel Melo, em texto de título „O Panteão e Amália“, lembra da história do Panteão Nacional e o fato deste ter acolhido desde 2001 a artista como primeira mulher portuguesa a receber tal honra. Ela ficou, dessa forma, definitivamente associada à memória e identidade coletiva portuguesa: „Numa linguagem universal que ultrapassa as palavras e se transforma em pura emoção, Amália traduziu como ninguém a forma de ser triste, pungente, sofrida mas igualmente doce, apaixonada, vibrante, plena de esperaça e grandiosa de todo um Povo“. No catálogo, Vítor Pavão dos Santos oferece um texto de título „Amália em cena“, Rui Vieira Nery apresenta um estudo dedicado ao tema „Amália: o fado no mundo e o mundo no fado“, Ruben de Carvalho trata do tema „Além da voz“ e Bruno de Almeida estuda „Amália na Modernidade do século XX“. O catálogo inclui uma cronologia, na qual o Brasil se encontra representado com substanciais textos e ilustrações. Lembra-se, de início, que a cantora gravou, em 1945, os primeiros discos da sua carreira para a editora brasileira Continental. Já em 1944 estivera no Brasil, quando alcançou grande sucesso, em particular no show Numa Aldeia Portuguesa, levado no Casino Copacabana. No ano seguinte, atuou no Teatro República do Rio de Janeiro. „Amália sempre se sentiu bem no Brasil e muitas coisas a ligaram ao país. Foi lá que casou, pela segunda vez, (...) com César Seabra, industrial português radicado na ex-colónia há 16 anos (...). Segundo ela, Seabra, que sempre foi contra a ditadura e liberdade de expressão‘, teria apoiado monetariamente Humberto Delgado nos contactos com núcleos oposicionistas portugueses durante o tempo em que esteve exilado naquele país (entre 1959 e 1961)". (pág. 73-74)



10.04.2013

Budapeste. 40 anos do grupo de capoeira A.C.D.P.. Nos dias 14, 15, 16 e 17 de Março, aconteceu em Budapeste, Hungria, a comemoração dos 40 anos do grupo de capoeira A.C.D.P. (associação de capoeira descendentes de Pantera), sob a coordenação de Vetê e supervisão de Pantera, mestres de capoeira. O evento contou com a participação de vários mestres de capoeira radicados na Hungria e outros que estão desenvolvendo seus trabalhos em outros países europeus.O Grupo ACDP iniciou suas atividades na Hungria por intermédio de Umoi Souza, que, depois de passar 22 anos em Portugal, hoje, mora na Alemanha. Tenho sido convidado para dar um workshop  em Budapeste em 1997 e no ano seguinte, voltou a realizar outro curso na capital da Hungria, desta vez convidando seu amigo e companheiro de muitas viagens, Pantera. A pedido de húngaros interessados em aprender a capoeira e que desejavam ter um mestre residindo em Budapeste, Umoi de Souza indagou a Pantera se estaria interessado em assumir a orientação de tantos interessados. Pantera aceitou a tarefa e enviou para Budapeste um aluno seu que residia no Rio de Janeiro, já mestre, conhecido na capoeira como Ponta Pé. Sob a supervisão de Pantera e a presença desse mestre, a capoeira na Hungria pôde ser desenvolvida e praticada por um número muito grande de húngaros de diferentes idades. Hoje, após 16 anos, vários outros grupos de capoeira já se encontram realizando seus trabalhos em terras magiares, e a comemoração do grupo ACDP proporcionou quatro dias de interação entre diferentes agremiações de capoeira que, num clima de cordialidade e profissionalismo, souberam brindar os 40 anos de uma escola que já é bem conhecida internacionalmente. (Umoi Souza)



09.04.2013

Leituras em português na Alemanha V. S. Albano de Lima (Org.), Faculdade de Música Carlos Gomes. No contexto da leitura de publicações relacionadas com A. Carlos Gomes por estudantes alemães (Veja notícias), considerou-se uma coletânea comemorativa dos 100 anos de fundação de uma tradicional instituição de São Paulo designada segundo o compositor, hoje já não mais existente, o Conservatório Musical Carlos Gomes, posteriormente Faculdade de Música (Sonia Albano de Lima, org., Faculdade de Música Carlos Gomes: retrospectiva acadêmica, São Paulo: Musa/A Faculdade, 2005, ISBN 85-85653-82-5). A organizadora, diretora e coordenadora pedagógica, foi professora de piano na Escola Municipal de Música de São Paulo (1975-1999). É doutorada em Comunicação e Semiótica, área de Artes (PUC-SP), dedicando-se à pesquisa interdisciplinar na área da performance e educação musical. Em artigo de título „Formatando uma história“, procura reviver a história da instituição tratando dos pontos „Processo de criação e importância do maestro Armando Belardi na oficialização da faculdade“, „reflexos da LDB n°5.692/71 nas escolas de música brasileiras“ e „Atual gestão administrativo-pedagógica“. Referece-se à Sociedade Benedetto Marcello, criada em círculos italianos ao redor de 1906, tendo como um de seus principais mentores Guido Rocchi, mantenedora do Instituto Musical de mesmo nome sob a orientação de Memore Peracchi. Seguiu-o o seu filho Leo Peracchi (1938-1942) e Armando Belardi (-1974), desde então permanente auxiliado por Gemma Rina Peracchi. A Segunda Guerra Mundial, com as suas consequências nacionalizadoras de entidades de estrangeiros, levou à mudança da denominação da instituição. Considerando o período de decadência causado por mudanças legislativas nas atividades dos conservatórios em geral, menciona os anos sob a direção de Luis Antonio Rodrigues e Elga N. Marte, que contou com a colaboração artístico-pedagógica de Barros Garboggini, regente da Orquestra de Câmara e do Madrigal Carlos Gomes. A Orquestra de Cordas passou, a seguir, a ser dirigida por Horácio Schaffer. Criado um Coral Comunitário Carlos
Gomes, esteve este sob a regência de Marcos Câmara, redator do Informativo Carlos Gomes. Entre os professores de cursos e seminários, são mencionados Sérgio Magnani, Eleanor Dewey, Walter Bianchi, Homero Magalhães e vários artistas estrangeiros. As iniciativas da direção junto ao MEC ficaram em geral sem sucesso. Dois estudantes chegaram a concluir cursos de mestrado, tendo um deles o seu trabalho publicado: Raul Costa d‘Avila. As menções aos esforços das últimas décadas sugerem, apesar dos intuitos, as dificuldades da instituição. Os comentários da leitura da publicação basearam-se nos materiais relativos ao Conservatório Musical Carlos Gomes conservados nos acervos da A.B.E. que permitem considerações mais diferenciadas do desenvolvimento da instituição na década de 60. Com base em informações de A.A.Bispo, pôde-se sobretudo salientar mais apropriadamente a personalidade e as concepções de Luís Antonio Rodrigues. Alguns dos textos publicados foram lidos e comentados (C. Mojola, F. Iazzetta, R. Fucci Amato, N. Souza, L. H. Bollos, R. G. Costa, P. M. A. de I. Molinari, S. E. Kürger, R. N. de Castro Monteiro, P. de Tarso Salles), outros, desconsiderados.



08.04.2013

Leituras em português na Alemanha IV. Marcus Góes: Carlos Gomes - documentos comentados. Dando continuidade ao ciclo de leituras e comentários de publicações em português, considerou-se, em sequência ao trabalho sôbre o Condor de M.C.Virmond (Veja notícia), outro livro dedicado ao compositor Antonio Carlos Gomes (1836-1896): Carlos Gomes: documentos comentados, de Marcus Góes (São Paulo: Algol 2007; ISBN 978-85-60187-06-5). O autor, que iniciou trabalhos de pesquisas no Brasil nos anos 70, teve a oportunidade de consultar arquivos, bibliotecas, museus e arquivos de jornais italianos quando da sua estadia na Itália, de 1989 a 2001. Em 1996, publicou a biografia de título Carlos Gomes - A Força Indômita - e, em 1997, na Itália, Carlos Gomes - un pioniere alla Scala. O autor considera nesta publicação a correspondência do compositor, oferecendo comentários após cada documento apresentado. Além de cartas, o autor inclui trechos de livros,  imagens, contratos com editores e outros documentos. A primeira carta comentada é de 1860, enderençada ao Desembargador Albino José Barbosa de Oliveira. Entre as cartas, mencionam-se aquelas enviadas a personalidades da vida musical brasileira, como a Francisco Manuel da Silva (1864,1865), ao Visconde de Taunay (1879) e a Francisco Braga (1896) e, de vultos europeus, aquela de Amilcare Ponchiele (1834-1886) a Carlos Gomes (1885). Particular atenção merece documento que testemunha relações com a Maçonaria de A. Carlos Gomes, membro efetivo da loja Amizade e de honra da loja Regeneração III, de São Paulo (1880). A obra inclui lista de execuções significativas de obras de Carlos Gomes e das primeiras récitas de Il Guarany no Brasil. A publicação foi lida e comentada sob a perspectiva do desenvolvimento da pequisa musicológica universitária na Itália, do papel desempenhado pela musicologia alemã no seu vir-a-ser, assim como dos encontros teuto-ítalo-brasileiros realizados em instituições italianas desde 1975.



04.04.2013

Leituras em português na Alemanha III. M.C.Lopes Virmond: Condor de A. Carlos Gomes. Prosseguindo com as leituras estudantís de publicações em português (Veja notícias), considerou-se o livro Condor de Antônio Carlos Gomes: Uma análise de sua história e música, de Marcos da Cunha Lopes Virmond (Bauru: EDUSC, 2003, Coleção Plural, ISBN 85-7460-177-2). O autor, nascido em Cruz Alta, Rio Grande do Sul, realizou os seus estudos de graduação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, doutorando-se pela UNESP-Botucatu. Após ter atuado como regente auxiliar da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e do Coral da UFRGS, é atualmente regente titular da Orquestra de Câmara da Universidade do Sagrado Coração de Bauru, SP e do Madrigal Anima. É coordenador do Grupo de Pesquisa em Música Brasileira do século XIX na Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade do Sagrado Coração. O Condor, apresentado pela primeira vez no Teatro alla Scala de Milão em 1891, foi a última ópera de Carlos Gomes, uma vez que Colombo foi concebido antes como poema sinfônico-vocal.O trabalho é dividido em 6 capítulos: A criação de Condor; O libreto de Condor; A história de Condor; A música de Condor; O balé de Condor; Condor e suas apresentações. Nas conclusões, o autor expressa a opinião que A. Carlos Gomes foi um compositor brasileiro de óperas italianas, mas sem trair sua condição de brasileiro, estando a sua obra impregnada de brasilidade. O Condor surge, ao lado de Lo Schiavo, como a sua obra mais madura, superando esta última em liberdade criativa. Discuti-la e divulgá-la é, para o autor, essencial para salvar essa obra do estado critico de esquecimento em que se encontra. A sua redescobeerta efetiva depende da recuperação de sua iconografia musical. Novos registros sonoros deveriam ser produzidos com critérios adequados de execução. Este seria o caminho para retirar Carlos Gomes de
uma improdutiva análise biográfica. Caberia ao Brasil executar essa tarefa de recuperação do seu legado musical antes que o compositor seja definitivamente esquecido. As discussões no ciclo de leituras partiram dos resultados de estudos relativos às correntes musicais e intelectuais em Milão à época da composição de Condor apresentados por pesquisadora da Universidade de Bonn na sessão pelos 450 anos de São Paulo no Teatro Municipal de São Paulo, em 2004. Outro escopo dos debates foi também neste caso o de comparar trabalhos de natureza musicológica produzidos no Brasil com aqueles de institutos europeus, em particular alemães.



03.04.2013

Leituras em português na Alemanha II. Regiane Gaúne: Rogério Duprat: sonoridades múltiplas. Dando continuidade aos encontros de estudantes alemães para a leitura de obras em português (Veja notícia), comentou-se a publicação Rogério Duprat: sonoridades múltiplas, de Regiane Gaúna (São Paulo: UNESP 2002, ISBN 85-7139-437-7). A autora é mestre em Artes/Música pelo Instituto de Artes da UNESP. A sua pesquisa trata de uma personalidade complexa de músico, compositor e arranjador que dificilmente pode ser considerada segundo critérios convencionaise categorizações esquemáticas. Se Rogério Duprat partiu do nacionalismo musical na década de 50, formou, com Damiano Cozzella, Júlio Medaglia, Willy Correa de Oliveira e Gilberto Mendes o grupo Música Nova na década de 60, voltado a técnicas seriais e aleatórias.  Passou a seguir ao emprêgo de meios da música erudita em arranjos de música popular e à produção de trilhas sonoras para filmes. Nessa sua trajetória, a autora vê uma tendência à singularidade. Nos seus três capítulos, traça primeiramente um perfil do biografado sob o título „Da Vila Mariana a Darmstadt“, considerando o seu desenvolvimento cronológicamente a partir de 1930. No segundo capítulo, de titulo „Duprat e os movimentos musicais“, trata dos ítens „A busca de uma renovação“, „Música Nova“, „Tropicália“. No terceiro capítulo, de título „O processo criativo“, oferece análise de obras, respectivamente uma composição erudita, um arranjo e uma trilha sonora: Organismo (1961), Objeto semi-identificado (1969) e O pica-pau amarelo (1974). Para a autora, o „seu intento de não se manter comprometido com um gênero musical específico resultou no inverso. Adotando diferentes gêneros, muitas vezes reunidos em um só trabalho, acabou por construir um estilo personalista caracterizado pelo sincretismo“. (pág. 202/3). Uma particular consideração é dada às suas relações c
om o movimento tropicalista. „Seu estímulo para criar é e sempre foi a ironia, o deboche, a brincadeira e é nesse espírito que busca a livre coexistência de várias técnicas (....). Compor para Duprat parece ser uma grande diversão na qual ele zomba e ironiza dele mesmo e de tudo o que está à volta. (....) (...) defende a idéia de que a profundidade e a essência de uma criação está no saber compor e viver de forma lúdica“ (pág. 204). Para as discussões, os estudantes alemães consideraram o significado dos cursos de férias de Darmstadt e as tendências ali geradas em contextos internacionais, considerando caminhos de vida e obras de músicos de diferentes nações a partir dos impulsos recebidos. Também foram considerados materiais conservados nos acervos do ISMPS relativamente ao Show Blow Up do início da década de 70 e que foram acompanhadas por informações fornecidas por A.A.Bispo a respeito do convívio humano e musical com o biografado no decorrer das muitas semanas de apresentações em vários Estados do Brasil.



02.04.2013

Leituras em português na Alemanha I. Carlos Kater: Música Viva e H. J. Koellreutter. A época de férias de Páscoa na Alemanha é aproveitada para a realização de leituras de textos em português pelo Centro de Estudos Brasil-Europa. Estudantes, nem sempre dominando perfeitamente o português, procuram em grupos ler e discutir publicações. Selecionou-se, para o início dessas leituras, uma das obras mais relevantes da literatura referente à música no Brasil e que, por ser indispensável, já foi alvo de considerações em vários seminários: Música Viva e H. J. Koellreutter - movimentos em direção à modernidade, de Carlos Elias Kater (São Paulo: Musa Editora, Atravez, 2001, ISBN 85-85653-55-8). Como afirma o próprio H. J. Koellreuter (1915-2005), o autor, musicólogo, levantou documentos de central significado do Grupo Música Viva, estudando-os à luz do presente. O Catálogo que elaborou sobre as suas obras e a sua pesquisa sobre os programas radiofônicos Música Viva devem, segundo êle, ser consultados para complementar assuntos tratados no livro. A obra é uma versão modificada de tese apresentada para o Concurso Público para Professor Titular junto à Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais, em 1991. Carlos Kater esteve em contato durante anos com participantes do grupo Música Viva, estando em condições de propor uma visão mais ampla dos princípios do movimento, analisando interrelacionamentos ocorridos sobretudo na década de 40. O seu enfoque é o de abordar um momento passado, contextualizá-lo na atualidade e trazer assim para o presente uma problemática que, na realidade, encontra-se acima dos tempos. O autor dedica o seu livro, „a todos aqueles que não se valem da arte e da música como vestimenta episódica, mas sim como ferramenta específica para a criação de uma nova condição de consciência e de ética social“. O trabalho teve dois objetivos: o de estudar um dos momentos fundamentais da história da música no Brasil e o de realizar um resgate documental que possibilite novos estudos.
Considerando a história da música brasileira a partir da segunda década do século XX, distingue um período de ruptura, seguido de um classicizante e uma nova ruptura, este seguido de uma reorientação em direção a um novo clássico. Lidos e comentados foram os cinco capítulos da obra: A modernidade brasileira nas artes, na música, em Villa-Lobos; Música Viva, breve histórico;Engajamentos & Rupturas; Rupturas & Engajamentos e Ativdades do Música Viva. Especial atenção foi dada aos documentos publicados nos anexos, entre êles Carta de Koellreutter a Camargo Guarnieri (1941), Manifesto Música Viva 1945Apelo votado em Praga e sua Resolução (1948), Carta de H.J. Koellreutter a C. Santoro (1948), Carta Aberta de 1941, Roteiros do programa radiofônico Música Viva e Manifesto Música Nova (1963).




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Rêde de correspondentes da organização
Direção geral: Prof. Dr. Antonio Alexandre Bispo, Universidade de Colonia


para comunicados: Contato

coordenação e redação: colaboradores do Centro de Estudos Brasil-Europa



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