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BRASIL-EUROPA

Organização de estudos de processos culturais em relações internacionais
Academia Brasil-Europa (A.B.E.)
e institutos integrados de pesquisas. Editor: Prof.Dr. A. A. Bispo

 

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coordenação e redação: secretariado da A.B.E.



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31.12.2012

2012: ano extraordinariamente produtivo para os estudos euro-brasileiros. O ano que chega ao fim foi repleto de empreendimentos de extraordinárias dimensões no âmbito dos estudos culturais internacionais referenciados pelo Brasil da A.B.E. e instituições integradas. Vários projetos que pareciam ser irrealizáveis puderam ser efetivados com sucesso, o que apenas tornou-se possível através do apoio de muitos membros, pesquisadores, idealistas e instituições. Em ciclos de estudos realizados em vários países puderam ser tratados temas de atualidade.


Os 20 anos do congresso internacional do Rio de Janeiro sôbre questões de fundamentos nos estudos culturais motivaram a realização de trabalhos na Austrália e Oceania (Rio 92-Sydney 2012), onde questões relativas a perspectivas e consciência histórica consideradas desde então no âmbito dos estudos indígenas puderam ser recolocadas a partir da problemática aborígene e dos kanaks (http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Australia-Melanesia-Brasil.html)


A atenção dedicada à China pela passagem dos 10 anos de geminação Ningbo-Santos veio de encontro à ressonância obtida na Europa pela participação da China na Feira de Hannover de 2012, aos 500 anos de presença na China (http://www.revista.brasil-europa.eu/137/China-Brasil.html). As relações entre o comércio e os processos culturais puderam ser tratados tanto sob a perspectiva histórica da chegada dos portugueses a Ningbo no século XVI como no seu significado para o presente. A análise de processos histórico-culturais entre a China e a Europa demonstra-se como de fundamental importância para a atualidade, uma vez que revela o significado das ciências e da procura de conhecimentos nas relações.


Essas análises não podem deixar de considerar as comunidades chinesas da imigração. Os trabalhos puderam incluir atividades em Peijing/Peking e ao bairro chinês de Manchester, um dos maiores da Europa, dando aqui prosseguimento à consideração de bairros chineses em várias partes do mundo. Os trabalhos foram fechados com uma conferência sobre aspectos econômicos e culturais de Ningbo da atualidade por parte de representante de empresas comerciais alemãs que ali atuou em 2012 (Veja notícia).


A passagem dos 500 anos da morte de Americo Vespucci (1451-1512) motivou a realização de estudos do Mediterrâneo em relações com desenvolvimentos atlânticos em cidades da Itália, França, Espanha e Portugal (http://www.revista.brasil-europa.eu/138/Ciudad-de-las-Ciencias-y-de-las-Artes.html). Essa retomada de estudos de interações euro-mediterrâneas-atlânticas veio de encontro à passagem dos 15 anos de fundação do Centro de Estudos Brasil-Europa na Alemanha.


Os ciclos de estudos nórdicos, de título „luzes nórdicas e sol da meia-noite“, ocorreram após 130 anos da comunicação de trabalhos
sob as luzes nórdicas de Sophus Tromholt (1851-1896) a Pedro II° (http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Luzes-nordicas.html). Esses estudos retomaram trabalhos de relações culturais Noruega-Brasil iniciados há 30 anos em encontro-audição dedicado a Alberto Nepomuceno (1864-1920) na Escola de Música da Renânia por motivo do centenário de nascimento do seu diretor Heinrich Lindlar (1912-2009) (http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Nepomuceno-Christian-Capellen.html). Os estudos culturais dedicados aos indígenas do Norte europeu e das Américas desenvolveram-se à luz dos 135 anos de nascimento e 80 anos da morte de N. Erland H. Nordenskiöld (1837-1932) (http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Lapoes-e-indigenas-do-Brasil.html).


Os principais motivos condutores dos trabalhos de 2012 foram determinados pela passagem dos 300 anos de Friedrich II da Prússia (1712-1786), o que dirigiu a atenção ao Esclarecimento, não considerado como época encerrada do Iluminismo, mas sim como processo transepocal voltado à libertação do pensamento das trevas decorrentes de edifícios de concepções e imagens não compreendidos, de tradições, narrativas nebulosas, costumes e normas aceitas sem reflexões (http://www.revista.brasil-europa.eu/138/Estudos-e-Esclarecimento.html).


A consciência dessa necessidade de procura e manutenção de uma perspectiva científica nos estudos culturais foi favorecida pelo fato da cidade de Luebeck, Capital da Ciência 2012, ter escolhido como tema „Hansa encontra Humboldt“ (http://revista.brasil-europa.eu/140/Liberdade-em-debate.html). Essa escolha e o nome de Wilhelm von Humboldt (1767-1835) levaram à consideração de um edifício de pensamento no qual o conceito de Liberdade se relaciona com concepções de Estado e de Liberalismo político e econômico, o que necessita ser considerado a uma distância relativadora. Somente assim pode o conceito de Liberdade ser compreendido como a liberdade do Homem que considera os seus próprios pressupostos culturais.


No âmbito mais específico da história de processos culturais lusófonos, essa atenção à liberdade trouxe à consciência o problema da falta de liberdade na própria cultura, da intolerância e do espírito inquisitório, questões atuais devido aos 125 anos da obra já histórica da pesquisa da Inquisição de H. Charles Lea (1825-1909) (http://revista.brasil-europa.eu/140/Memorial-da-Tolerancia.html). A atualidade das preocupações pelo Esclarecimento revela-se na crescente intensidade de tendências obscurantistas sobretudo de fundamentação religiosa na atualidade em diferentes partes do mundo, e nas quais infelizmente o Brasil também participa. Nesse sentido, pareceu oportuno recordar o nome de Bertrand Russell (1872-1970)  nas suas relações com o Brasil em Cambridge por ocasião dos 65 anos de morte de Alfred Whitehead ‚(1861-1947) (http://revista.brasil-europa.eu/140/Russell-no-Brasil.html).



29.12.2012

Pontos altos dos estudos brasileiros na Europa em 2012: ciclos em cidades européias. Em Manchester, Grã-Bretanha, tratou-se dos pressupostos culturais da Revolução Industrial e suas implicações em contextos internacionais e na expansão imperial britânica do século XIX, com especial consideração do mundo de ilngua portuguesa. Como centro de uma das mais importantes comunidades chinesas da Europa, a atenção foi dirigida sobretudo às transformações culturais no Extremo Oriente no século XIX e de seus elos com o continente americano. (http://www.revista.brasil-europa.eu/137/Anton-de-Kontski.html). Materiais levantados e estudados em trabalhos do ISMPS em Hong Kong e Macau por ocasião da transferência dos territórios à China há 15 anos foram reconsiderados a partir de desenvolvimentos ingleses (http://www.revista.brasil-europa.eu/137/China-Brasil.html). Em segunda estadia na Grã-Bretanha, os estudos foram desenvolvidos sobretudo em Cambridge (http://revista.brasil-europa.eu/140/Russell-no-Brasil.html). Na França, a cidade de Marseille esteve no centro das atenções pelo fato da cidade estar-se preparando para ser Capital Européia da Cultura de 2013. Como um dos principais centros multiculturais da Europa, Marseille adquire particular importância para os estudos de processos culturais. Estudou-se sobretudo o papel que desde remota antiguidade a cidade desempenhou no processo de transmissão cultural do mundo colonial grego ao Mediterrâneo ocidental e ao Atlântico (e.o.http://www.revista.brasil-europa.eu/138/Protis.html). Na Espanha, realizaram-se estudos em Valencia, Vigo e Santiago de Compostela. Deu-se continuidade, nos respectivos contextos, aos estudos de ordenações simbólicas da cultura da Antiguidade e de sua transformação cristâ no Ocidente (http://www.revista.brasil-europa.eu/138/Consulado-del-Mar.html). Em Portugal, esses estudos foram relacionados com determinados monumentos de Lisboa (http://www.revista.brasil-europa.eu/138/Conceicao-Velha-de-Lisboa.html); foram visitados, entre outros, o Panteão e o mausoléu dos Braganças, tratando-se sob diferentes aspectos vínculos de vultos históricos portugueses que ali jazem com o Brasil. Na Noruega, os estudos euro-brasileiros foram desenvolvidos de forma contextualizada em diferentes cidades do litoral e do Norte da Noruega e tiveram como escopo principal analisar transformações do edifício cultural de remotas origens que possam explicar certos aspectos de concepções nacionalistas, estabelecendo-se aqui elos com o Brasil através do compositor A. Nepomuceno (http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Luzes-nordicas.html). Os estudos realizados nos Países Baixos concentraram-se sobretudo em Amsterdam. Considerou-se em particular o passado cultural lusófono representado pela comunidade de exilados sefarditas nos seus elos com o Brasil e o trabalho etnológico e os estudos de historia colonial e desenvolvimentos culturais atuais desenvolvidos pelo Museu Tropical (http://revista.brasil-europa.eu/140/Sinagoga-de-Amsterdam.html). Na Alemanha, ano de Lübeck como Cidade da Ciência 2012, celebrado sob o lema „Hansa encontra Humboldt“(http://revista.brasil-europa.eu/140/Liberdade-em-debate.html), prepararam-se, em Kiel estudos do mundo nórdico nas suas relações com economia e desenvolvimentos culturais. Os principais trabalhos de relações Alemanha-Brasil foram realizados em 2012 no contexto de visitas a instituições de Berlim. Esses trabalhos marcaram as reflexões condutoras do ano de 2012 e que giraram em torno dos conceitos de Esclarecimento e Liberdade (http://revista.brasil-europa.eu/140/Ideal-formativo.html).



29.12.2012

Da correspondência mais recente da A.B.E..Responsáveis pelos grupos de trabalho relativos a estudos culturais dos diferentes Estados do Brasil (Veja notícia) apresentam relatos das atividades dos últimos meses. Músicos alemães entram em contato com o ISMPS a respeito da Missa Pastoril para a Noite de Natal do Pe. José Maurício Nunes Garcia. O gerente de fundação de Direitos Humanos communica os resultados de seminários realizados no Leste Europeu e com participantes africanos em Berlim com o apoio do Ministério do Exterior da Alemanha. M. Pereira relata experiências de brasileiros residentes em New York por ocasião do furacão Sandy no corrente ano e suas consequências para as atividades profissionais e educativas. O instituto cultural IDII do Rio de Janeiro comunica as suas atividades mais recentes e a nova edição do seu jornal. A Casa da América do Estado do Reno do Norte/Vestfália oferece um panorama das atividades de 2012, salientando trabalho do Dr. D. Hamilton, diretor do Center for Transatlantic Relations/Johns Hopkins University a reapeito do futuro das relações transatlânticas. A presidente da Fundação Souza Lima, S.Paulo, comunica projetos a serem desenvolvidos nos EUA em 2013.



29.12.2012

Nova publicação de Gerhard Winkler: Hotel am Meer.  Nascido em 1962 em Bürstadt, cidade do sul da região de Hessen, e tendo estudado artes na Städelschule Frankfurt a.M., Gerhard Winkler vive e trabalha alternadamente na Alemanha e em Portugal. No Brasil, atuou como especialista em comunicação visual na Bienal de São Paulo a convite de instâncias oficiais alemãs. Imagens de Portugal e do Brasil já constituiram bases de seu trabalho criador (http://www.revista.brasil-europa.eu/130/Gerhard_Winkler.html ). Além de atuar como artista, G. Winkler publica textos que assumem particular interesse sob a perspectiva dos Cultural Studies. Esse é o caso da obra agora publicada e que se refere a experîencias e ocorrências durante uma estação de férias organizada de uma semana e que sob muitos aspectos diferem das convencionais. (G. Winkler, Hotel am Meer: Eine Woche Pauschalurlaub in T., ed. Andy Lim. Colonia: Darling Publications 2012, ISBN 978-3-941765-66-5).



28.12.2012

Pontos altos de 2012 dos trabalhos musicológicos do I.S.M.P.S. (Instituto de Estudos da Cultura Musical do Mundo de Lingua Portuguesa). O ano de 2012 marcou a passagem dos 40 anos da introdução da disciplina Etnomusicologia nos cursos superiores da Faculdade de Música e Educação Artistica do Instituto Musical de S. Paulo. A sua introdução nos cursos de Licenciatura em Música representou um marco nos anelos de uma orientação culturológica da formação de professores de música, o que extendeu-se à formação polivalente em artes. A fundamentação teóríca da disciplina baseou-se em reflexões que vinham-se desenvolvendo há anos e que visavam a renovação dos estudos culturais relacionados com a música através do direcionamento das atenções a processos e consequente redefinição de relações entre estudos empiricos e de fontes histórícas. A disciplina diferenciou-se da tradição do Folclore e não representou simples recepção de correntes norte-americanas e européias, sendo pioneira na sua orientação. Desenvolveu-se neste sentido em estreito relacionamento com uma história da música voltada a processos músico-culturais globais. Em 2012, foram desenvolvidos trabalhos sob muitos aspectos inéditos quanto à análise relacionada de expressões musicais, danças e encenações em diferentes partes do mundo à luz de resultados da pesquisa referenciada no Brasil. Observações de campo, entrevistas e diálogos interculturais foram desenvolvidos em várias ilhas do Sul do Pacífico. Os guerreiros da Ile de Pin foram considerados em paralelos com as danças de Tapuios e Caboclos no Brasil (http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Dancas-dramaticas-Pacifico-Brasil.html), assim como a dos meninos guerreiros locais com os Cabococlinhos (http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Caboclinhos-Pacifico-Brasil.html). Esses estudos voltados a fundamentos imagológicos e a mecanismos de transformação cultural em relações Nova Caledonia/Brasil(http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Musica-Nova-Caledonia.html) tiveram prosseguimento em exemplos do pilu-pilu utilizado para fins de representação cultural e shows (http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Pilu-Pilu-e-show.html). Em Fiji, essa preocupação da pesquisa teve prosseguimento na análise de danças de combates com encenações de morte e ressurreição nas suas similaridades com o Caiapó do Brasil (http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Dancas-de-Fiji-e-Caiapo.html). Em Vanuatu, a pesquisa da ação missionária na mudança da cultura musical partiu de coros infantís e de seu repertório, denotador e agente da difusão do Pop ( http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Musica-infantil-em-Vanuatu.html ). No Museu Nacional desse país, o Workshop Angklung Vanuatu-Indonésia demonstrou dimensões internacionais de uma cultura musical marcada por instrumentos de bambú ( http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Etnomusicologia-Vanuatu-Brasil.html). Uma particular atenção mereceu no ano de 2012 a retomada de estudos voltados à música nas relações entre a China e o Ocidente, área de particular significado no âmbito das tarefas do ISMPS devido ao papel que a música desempenhou na ação de missionários no passado e na vida cultural chinesa do presente. (http://www.revista.brasil-europa.eu/137/Eunucos-na-China.html). As relações da música com a matemática, em particular com a astronomia e o cômputo do tempo foram refletidas e.o. no Museu da Torres dos Tambores e dos Sinos de Beijing ( http://www.revista.brasil-europa.eu/137/Schall-von-Bell.html). Após 15 anos de trabalhos do ISMPS em Hong Kong e Macau pelo término das soberanias européias na China e do Padroado Português do Extremo Oriente, retomaram-se alguns temas então tratados sob a perspectiva da mudança de referenciais culturais de portugueses à época da expansão do colonialismo britânico. Os estudos foram desenvolvidos em Manchester, importante centro chinês na Europa e trataram de mudanças na música sacra em Hong Kong e Macau (http://www.revista.brasil-europa.eu/137/Musica-sacra-Hong-Kong.html; http://www.revista.brasil-europa.eu/137/Musica-sacra-Macau.html). A presença de obras de Carlos Gomes
(1836-1896) nessas cidades foi considerada no contexto da italianização das comunidades portuguesas locais (http://www.revista.brasil-europa.eu/137/Carlos-Gomes-na-China.html). A condução de estudos a partir de Manchester favoreceu a consideração da difusão da música européia e da atuação de artistas e virtuoses no Oriente à época do Liberalismo econômico ( e.o. http://www.revista.brasil-europa.eu/137/Anton-de-Kontski.html). Particular atenção foi dada ao comércio musical de portugueses em Hong Kong e à difusão da música de banda (http://www.revista.brasil-europa.eu/137/Hong-Kong-banda-de-portugueses.html), assim como de gêneros e formas da música de salão e popular também conhecidos no Brasil (http://www.revista.brasil-europa.eu/137/Hong-Kong-comercio-musical-portugues.html). Na Península Ibérica, o principal interesse foi dirigido às imagens referenciadas com a música no edifício cultural de remotas origens transmitido na área mediterrâneo-atlântica (http://www.revista.brasil-europa.eu/138/Ulisses-Saudades-e-Fado.html). Dois foram os complexos temáticos tratados no Norte da Europa: o da música no contexto dos movimentos de revitalização dos saami nos seus paralelos com aquele de povos indígenas americanos ( http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Tromso-Museu.html) e o dos elos histórico-musicais entre o nacionalismo norueguês e o brasileiro exemplificado em Alberto Nepomuceno (http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Nepomuceno-Christian-Capellen.html). Por fim, o conceito de liberdade, particularmente considerado nos trabalhos euro-brasileiros de 2012, foi tratado sob o aspecto das implicações musicais das concepções linguísticas de Wilhelm von Humboldt (http://revista.brasil-europa.eu/140/Palavra-como-atividade.html). Nesse contexto, considerou-se criticamente aproximações etnomusicológicas da MusikWeltKarte apresentadas na Humboldt-Box em Berlim como indicadoras de concepções teóricas convencionais já há muito superadas. (http://revista.brasil-europa.eu/140/Forum-Humboldt.html). Essas atividades em tão diiversas regiões do mundo, que envolveram muitos participantes e instituições, exigiram extraordinários recursos materiais e o empenho idealístico de muitos estudantes, pesquisadores, membros da instituição e apoios de fundações, aos quais cumpre manifestar reconhecimento e gratidão.



27.12.2012

Pontos altos dos trabalhos culturais euro-brasileiros de 2012: museus e institutos. Para além das visitas realizadas a universidades de diversos países (Veja notícia), o ano de 2012 foi marcado nos estudos culturais referentes ao Brasil pelos contatos com diferentes instituições de pesquisa e da vida cultural, em particular com museus e bibliotecas. Entre êles, no encontro de encerramento dos trabalhos da A.B.E., salientou-se a visita de centros de estudos na Oceania, pelo seu significado nem sempre esperado para os estudos referentes ao Brasil. O primeiro lugar em importância coube sob muitos aspectos ao Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou, na Nova Caledônia. Essa instituição permite visões supra-nacionais do movimento científico-cultural de valorização de culturas indígenas em diferentes partes do globo e que tem consequências para a arte contemporânea, a arquitetura e a vida cultural nas suas relações com a natureza. O interesse ali documentado pelo vegetal na cultura nativa e suas implicações e possibilidades para o presente pôde ser considerado em paralelos com a „união do vegetal“ e movimentos similares na Amazônia. (http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Tjibaou-Vegetais-e-Cultura.html). As relações múltiplas e recríprocas entre floresta e museu, trazendo à consciência a necessária atualização de concepções de museus ao ar-livre sob as exigências de uma orientação ecológica do trabalho científico-cultural foram tematizadas no exemplar projeto de celebração do patrimônio natural e cultural kanak em Vanuatu. (http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Floresta-e-museu.html). A Biblioteca Lucien Bernheim de Nouméa, assim como o museu etnográfico de Nova Caledônia permitiu o reconhecimento de elos com o Brasil, em particular com o Amapá, assim como de visões comparadas no tratamento de questões etnológicas referentes a indígenas e a transformações culturais. (http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Bibliotecas-Nova-Caledonia-Brasil.html). A visita ao Museu do Antigo Observatório de Beijing possibilitou a continuação dos estudos de relações entre a China e o mundo de língua portuguesa sob a perspectiva do papel exercido pelas ciências no passado (http://www.revista.brasil-europa.eu/137/Astronomia-China-Ocidente.html). As relações das ciências ocidentais com a tradição confuciana puderam ser aprofundadas no Museu do Colégio Imperial em Beijing, trazendo à consciência a necessidade de uma maior consideração das ciências e dos pressupostos filosófico-culturais nas relações do Ocidente com a China (http://www.revista.brasil-europa.eu/137/Confucionismo.html). Na Europa, marco no desenvolvimento de reflexões foi a
revisita da Ciudad de las Ciencias y de las Artes em Valencia, onde questões relacionadas com um edifício de imagens de remotas origens transmitido da área mediterrâneo-atlântica ao Brasil pôde ser tratado a partir de uma obra exponente da arquitetura contemporânea de centros científico-culturais. (http://www.revista.brasil-europa.eu/138/Ciudad-de-las-Ciencias-y-de-las-Artes.html). Quanto ao Norte da Europa, o Museu de Tromso, o mais antigo centro de pesquisas do Norte da Noruega, possibilitou a tomada de contato com a situação atual da revalorização político-cultural dos sami e o reconhecimento de paralelos e diferenças com a dos indígenas do continente americano. (http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Tromso-Museu.html). Questões relativas à arqueologia cultural e à projeção de imagens no tratamento de culturas anteriores à cristianização do Norte puderam ser tratadas na casa-museu de Borg (http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Borg-Lofotes.html). Na Alemanha, importante ponto  referencial para as reflexões do ano de 2012 foi a retomada de discussões relativas ao Forum Humboldt como planejado centro internacional para o diálogo científico-cultural internacional no Humboldt-Box (http://revista.brasil-europa.eu/140/Forum-Humboldt.html). O conceito de Liberdade, condutor dessas reflexões, pôde ser considerado também em referência ao filósofo de antecedentes ibéricos Bento de Espinosa (1632-1677) no contexto do exílio sefardita nos Países Baixos a partir de visita do Museu Judaico e da sinagoga portuguesa de Amsterdam (http://revista.brasil-europa.eu/140/Sinagoga-de-Amsterdam.html). As visitas desse grande número de museus, bibliotecas e centros culturais em diferentes regiões e países, e que exigiram consideráveis esforços materiais e de organização, apenas puderam ser realizadas com o apoio de muitos participantes, membros e amigos da A.B.E..



26.12.2012

Pontos altos dos trabalhos da Academia Brasil/Europa no ano 2012: visitas a universidades. Em sessão de encerramento dos trabalhos euro-brasileiros do corrente ano, considerou-se em especial os intensos trabalhos de cooperação universitária desenvolvidos em 2012 e que incluiu várias viagens para visitas e contatos. Na área do sul do Pacífico, foram visitadas duas universidades que se caracterizam por diferentes inserções culturais e, delas decorrentes, diferentes elos acadêmicos internacionais e linhas de pesquisas. A University of The South Pacific, USP, foi considerada no seu campus de Vanuatu. Um complexo temático que aqui se oferece para diálogos com o Brasil é o do desenvolvimento de uma consciência panpacífica no ensino e na pesquisa universitária. Se essa preocupação que marca o trabalho da universidade é uma decorrência de necessidades impostas pela natureza insular dos países da região, esse processo transnacional ou supranacional pode ser considerado em paralelos com a história de ideais panamericanos e impulsos inter-e transamericanos no Brasil (http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Universidade-Sul-Pacifico.html). A The University of Fiji foi visitada como instituição que demonstra a intensificação da consciência cultural de imigrantes que, trazidos como trabalhadores pelos inglêses à época colonial, estabelecem-se agora institucionalmente no âmbito universitário, promovendo uma concepção de Conhecimento na região segundo a perspectiva histórica de suas origens e que se considera como universal (http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Universidade-de-Fiji.html). Na Noruega, foram visitadas duas universidades de diferentes perfís e que surgem de interesse para estudos euro-brasileiros. A Universidade Técnico-Científico-Natural da Noruega NTNU em Trondheim surge não apenas como exemplo de instituição remontante à história das escolas técnicas agora inseridas em universidades e que apresentam tendências distintas quanto a interesses de pesquisa relativamente a universidades tradicionais. Uma especial atenção mereceu o centro nacional de pesquisa da música popular local.(http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Trondheim-Universidade.html). A pesquisa e o ensino universitário nas suas relações com
a economia e processos sociais no Extremo Norte podem ser observados sobretudo na Universidade de Tromso; o interesse dedicado à indústria extrativa e as culturas indígenas nórdicas revela paralelos, pontes e relações com problemas também atuais no continente americana, em particular no Brasil.( http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Tromso-Universidade.html). Estudos de edifícios de imagens de remotas origens transmitidos ao Brasil na colonização e cristianização puderam ser considerados em várias instituições, merecendo entre elas a Universidade de Santiago de Compostela particular atenção (http://www.revista.brasil-europa.eu/138/Compostela.html). Na Inglaterra, revisitou-se a Universidade de Cambridge devido ao interesse que vem despertando internacionalmente os seus cursos internacionais de verão, também entre latino-americanos. Essa visita deu-se à luz da concepção de liberdade na formação humana, na organização universitária e na escolha de programas e temas nas suas relações com a tradição e com anelos á excelência. (http://revista.brasil-europa.eu/140/Universidade-de-Cambridge.html). Nessa visita, constatou-se o significado de religiões e movimentos espirituais na vida acadêmica internacional de Cambridge, o que surge como singular perante a tradição de pensamento de Bertrand Russell (1872-1970), que também desempenhou papel de importância no Brasil. (http://revista.brasil-europa.eu/140/Ciencia-e-religiao.html). Essa atenção concedida à Liberdade no processo de formação e na vida universitária no ano de 2012 foi resultado dos estudos relacionados com Wilhelm von Humboldt (1767-1835), o fundador da Universidade de Berlim, levados a efeito em diversas ocasiões na capital da Alemanha. (http://revista.brasil-europa.eu/140/Ideal-formativo.html). Esse programa de visitas a universidades em vários países e diferentes regiões do mundo no âmbito dos estudos culturais euro-brasileiros ano de 2012 apenas pôde ser realizado graças ao empenho idealístico de muitos e aos múltiplos apoios recebidos.



24.12.2012

Tradições natalinas como questão de estudos culturais. Os trabalhos de pesquisa cultural aplicada que se desenvolvem no interior de São Paulo, e que envolvem grande número de crianças e jovens (Veja notícia), trazem à tona a questão de expressões natalinas nos estudos culturais no Brasil. Tradições de Advento, Natal e Reis constituem a principal parte do repertório festivo de várias regiões do Brasil, em particular no Nordeste do país e na Bahia. Pastorís, presépios, cheganças, barcas, reis e reisados em diferentes formas de expressão marcam a vida festiva e cultural de cidades de vários Estados, entre elas Recife, Maceió e Salvador. Grupos que as cultivam se apresentam em praças e ruas, em festas e festivais, em parte com o apoio de secretarias de cultura locais e regionais. A pesquisa dessas expressões tradicionais tem sempre constituído tarefa importante dos estudos de Folclore no Brasil. No Sul do Brasil, sobretudo em regiões de colonização alemã, as festividades natalinas desempenham também central significado na vida cultural de muitas cidades, apresentam, porém, características distintas. As feiras de Natal que tanto marcam cidades como Canela ou Gramado, a música, as representações, os objetos e a culinária seguem tradições centro-européias, refletindo sobretudo aquelas de determinadas regiões alemãs. Essas expressões, que vivenciam hoje extraordinária popularidade, remontam à imigração e à colonização européia do século XIX, inserindo-se em outros processos culturais e mesmo coloniais do que aquelas do Nordeste. Essas expressões são antes objeto de atenção dos estudos da imigração ou de tradições regionais, sendo consideradas por alguns folcloristas como não integrantes do repertório mais propriamente brasileiro. Maior distância ainda guardam os pesquisadores relativamente às expressões natalinas que refletem mais diretamente a influência norte-americana ou internacional mais recente nas grandes cidades e nos meios de comunicação. A árvore de Natal, trenó de renas e outras imagens não se encontram presentes nas expressões brasileiras em contextos mais vinculados à tradição como aqueles de cidades do Nordeste ou da Bahia. Esse fato é considerado nos atuais trabalhos de pesquisa aplicada em São Paulo, onde se procura fomentar a reflexão sobre linguagens tradicionais de imagens. A renovação teórica dos estudos culturais indica que a questão da diversidade de expressões natalinas no Brasil deve ser tratada sob uma perspectiva mais aprofundada. Todas elas - a das tradições remontantes a processos coloniais mais remotos, a das regiões da colonização alemã ou a comercial e internacional das grandes cidade e da mídia apresentam imagens apenas compreensíveis através de seu referenciamento ao período de inverno do Hemisfério Norte. A época de trevas e de frio no mundo natural relaciona-se com
aquela da Humanidade carnal no mistério da Incarnação. Essas imagens testemunham, assim, mais do que qualquer outro ciclo festivo do ano, o deslocamento do edifício cultural de imagens com relação ao mundo natural causado pela colonização e cristianização do país. As consequências e as múltiplas implicações desse deslocamento é que devem constituir o principal objeto das preocupações.



23.12.2012

O popular na música da época dps Descobrimentos nas suas relações com imagens de Natal. Em encontro de encerramento dos trabalhos de 2012 do I.S.M.P.S./A.B.E.., considerou-se a presença de gêneros, formas e melodias de cantos populares na música de compositores ibéricos à época dos Descobrimentos e suas implicações para o Brasil, citando-se mais especificamente xácaras.Esse fato, que pode ser analisado sob diferentes aspectos, surge como de relevância sobretudo sob a perspectiva de uma musicologia de orientação cultural. Deve-se lembrar aqui da sessão dedicada aos Vilancicos no colóquio internacional sobre as dimensões européias da música de Portugal realizado há dez anos, quando demonstrou-se, com base em exemplos publicados pelo musicólogo norte-americano Robert Stevenson, que as referências a guinéus em vilancicos ibéricos e ibero-americanos devem ser compreendidas nas suas relações com linguagem de imagens do ciclo do Advento, Natal e Reis. Devem ser vistas - assim como os vilancicos em geral -, nas suas relações com a imagem do homem e a interpretação teológica. Elos entre o mundo natural, concepções antropológicas e a geografia e etnografia simbólica evidenciam-se particularmente na figura dos três reis magos, dos quais Baltasar representa a África e os africanos nas diferentes formas de expressão e representações até hoje cultivadas na América Latina e Caribe.



18.12.2012

São Paulo. „Autos“ nas expressões tradicionais e no trabalho cultural em comunidades do Interior. Desenvolve-se no Estado de São Paulo um projeto prático de trabalho cultural em comunidades do Interior, em particular da região das Serras e das Águas, que vem movimentando centenas de participantes, na sua maioria crianças e jovens de escolas. Esse projeto procura relacionar a pesquisa de expressões tradicionais brasileiras com o trabalho social e educativo por meio de atividades culturais. Colocando assim a pesquisa a serviço da prática, também possibilita uma aproximação mais direta na compreensão e interpretação de expressões tradicionais. O centro das atenções tem sido dirigida ao conceito de „auto“, termo conhecido da literatura missionária dos primeiros séculos, remontante a concepções e práticas medievais e que diz respeito a encenações que integram diferentes formas de expressão e que é utilizado ainda hoje para designar representações tradicionais populares, sobretudo natalinas. Um dos aspectos de maior interesse para estudos teóricos dessas representações reside na interação de encenações teatrais realistas da história bíblica com figuras e ações de cunho figurado ou alegórico. Essas representações oferecem a possibilidade para a consideração de diferentes formas de leitura das Escrituras e de compreensão biblica e histórica nas suas interrelações de sentidos literais e ocultos. Consequentemente, nos trabalhos que vem sendo desenvolvidos, procura-se integrar no presépio grupos recuperados da expressão denominada de Caiapó, onde os participantes surgem representando indígenas (http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Dancas-de-Fiji-e-Caiapo.html). Também com fundamento em prática conhecida da linguagem visual do século XVI, documentada em pintura conservada em Lisboa, a imagem do índio é integrada na cena da adoração dos reis magos, substituindo ou ampliando concepções relativas ao rei Baltasar (Veja http://www.revista.brasil-europa.eu/133/Tradicoes-do-Brasil-na-Boemia.html). Como vem sendo estudado nas últimas décadas, o fundamento dessas representações dos três reis magos tem a sua base em concepções tripartidas do Homem, ou seja, possui dimensões antropológicas. Centenas de crianças e jovens de cidades paulistas vem sendo assim conduzidas a ocupar-se na prática
lúdica e festiva com formas de expressão relacionadas com concepções básicas de natureza antropológico-simbólica e de compreensão simbólica da história bíblica. Procura-se contribuir, assim, simultaneamente, à permanência e recuperação de tradições e ao Esclarecimento, evitando-se compreensões demasiadamente estreitas e fundamentalistas de ensinamentos religiosos. Os trabalhos desenvolvem-se sob a direção de N. Rodrigues Gomes, especialista da Comissão Paulista de Folclore.



14.12.2012

Buenos Aires/Goiania. Festival de Música da Universidade. A cravista brasileira Maria de Lourdes Cútolo, residente em Buenos Aires, comunica as suas impressões de semana passada em Goiânia por ocasião do Festival de Música realizado pela Universidade EMAC-UFG de 27 de outubro a 2 de novembro. Do festival também participou o compositor argentino Luis Mucillo, que por muitos anos foi professor na Universidade de Brasília. M. L. Cutolo salienta no seu relato que o evento decorreu em ambiente muito favorável tanto para o trabalho de Luis Mucillo em composição, como para as suas aulas e concerto com o flautista David Castelo. Descobriu grande afinidade musical com este flautista, o que possibilitou a preparação de um concerto no curto espaço de tempo do festival.



11.12.2012

Nicaragua na sessão de encerramento de trabalhos no Centro de Estudos Brasil-Europa. No dia 9 de dezembro, teve lugar sessão de término das atividades de 2011 das instituições vinculadas à Organização de Estudos de Processos Culturais Brasil-Europa. Em nome do I.S.M.P.S., a cravista portuguesa Suzana Mendes apresentou obras ibéricas para clavicórdio dos séculos XVI e XVII. Acompanhou as suas execuções com palavras elucidativas a respeito do instrumento e de sua difusão, assim como de características estilísticas das obras, que revelam elos interculturais na península ibérica do passado nas suas relações com outras regiões da Europa e da América Latina.  A sessão incluiu uma conferência do romanista Klaus Jetz sobre a situação atual da cultura e de instituições culturais na Nicaragua. Tendo estado por razões profissionais nesse país, pôde a seguir visitar universidades, museus e realizar entrevistas. Sendo especialista em literatura e cultura de países da América Central e do Caribe, em particular de Costa Rica e República Dominicana, traçou paralelos quanto a desenvolvimentos recentes nessa região. Uma particular atenção foi dada a comparações entre situação e as tendências na Nicaragua e aquelas em Cuba, país também recentemente visitado. A conferência veio de encontro ao programa de pesquisas da A.B.E. dedicado à consideração relacionada de desenvolvimentos atlânticos, transoceânicos e interamericanos. A conferência será publicada em próxima edição da revista eletrônica Brasil-Europa. Por fim, apresentou-se um relato dos múltiplos empreendimentos no âmbito dos estudos culturais euro-brasileiros de 2012, e que incluiram trabalhos em vários países europeus e extra-europeus. Procedeu-se ao lançamento do último número da revista Brasil-Europa, dedicado ao tema „Liberdade“, motivada pela escolha de Wilhelm von Humboldt como lema de Lübeck como Cidade da Ciência de 2012. (http://www.revista.brasil-europa.eu/ed.Bispo/Edicao_atual.html). Agradeceu-se aos muitos envolvidos nos trabalhos de 2012 nas várias partes do mundo e àqueles que possibilitaram a sua realização. A sessão foi encerrada com uma recepção na biblioteca.



26.11.2012

Trabalhos genealógicos relativos ao compositor Alberto Nepomuceno. A Profa. Lucia Bezerra Paiva, aposentada da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) descende da família Oliveira Paiva, da qual descendeu o músico cearense Alberto Nepomuceno. O avô materno do compositor, João Francisco de Oliveira, proveniente dos Açores, foi o seu bisavô paterno, sendo a sua mãe, Maria Virgínia de Oliveira, irmã de sua avó materna, Rosa de Oliveira Paiva. Tendo lido artigo na Revista Brasil-Europa a respeito de Alberto Nepomuceno, entra em contato com a A.B.E.. (http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Nepomuceno-Christian-Capellen.html)



21.11.2012

Mato Grosso do Sul-Luxemburgo. Estudos de migrações no passado e na crise atual da Europa. Raynara Martins de Macedo, de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, que frequente o oitavo semestre de Relações Internacionais, dedica-se ao estudo de antigas e novas correntes migratórias no mundo. Pretendendo vir ao Luxemburgo em 2013, entra em contato com a A.B.E. para realizar estudos de especialização em questões interculturais voltadas em particular a problemas relativos a migrantes na atual crise européia.



20.11.2012

Brasil-Alemanha-Luxemburgo. Perspectivas de trabalhos para a A.B.E.. Viviane Haydee Morero, brasileira que tem intenções de morar e trabalhar em Luxemburgo, coloca-se à disposição da Academia Brasil-Europa para trabalhos de secretariado e assessoria executiva de eventos que se realizem naquele país.



18.11.2012

Preparação de autos para a representação de cidades do Interior na metrópole. Realizam-se, em Joanópolis SP, intensos preparativos para a montagem de autos natalinos que, para além das apresentações locais, deverão possibilitar a ida de muitas pessoas de regiões rurais a São Paulo. Mais de 120 pessoas participam da iniciativa, entre crianças, jovens e pessoas idosas. Muitas delas nunca estiveram na capital. A encenação do auto baseia-se em estudos da literatura e da pesquisa de tradições em várias regiões do Brasil da folclorista N. Rodrigues Gomes. Há décadas essa pesquisadora dedica-se à criação de grupos para o cultivo de expressões tradicionais brasileiras no sentido de uma pesquisa aplicada. Em simpósio internacional da Secretaria de Estado da Cultura, em 1981, apresentou um grupo de pastoril de meninas do Conservatório Musical Ernesto Nazareth no Museu de Artes Populares. Esse fato levou a protestos por parte do clero mais conservador  que via na apresentação expressões desrespeitosas, embora correspondessem à tradição brasileira. Resultados de suas pesquisas no Nordeste foram apresentadas por N. Rodrigues Gomes também na Europa durante simpósio internacional realizado na Alemanha, em 1989, além de publicações. As suas atividades atuais dão continuidade a esses intentos de estabelecer vínculos entre práticas culturais tradicionais e o presente cultural, entre populações de regiões rurais e periféricas com a metrópole, de pesquisa e prática, contribuindo à integração social e cultural sob diferentes aspectos.



17.11.2012

Pesquisas de instrumentos em pequenas cidades européias e suas irradiações. O Dr. Franz-Joserf Vogt, especialista na pesquisa do patrimônio cultural representado pelos órgãos da Renânia do Norte/Vestfália, dedica-se em especial aos instrumentos existentes em igrejas de localidades menores e de organeiros ou firmas de produção de instrumentos hoje desconhecidas. No âmbito de suas pesquisas, já encontrou várias referências a instrumentos que, no passado, foram exportados ao Brasil. Essas revelações levaram-no a estabelecer contatos com igrejas de cidades brasileiras, e.o. em Nova Friburgo. Os seus trabalhos demonstram que a pesquisa de instrumentos - não só de órgãos - em contextos globais não pode partir apenas da consideração de grandes firmas hoje conhecidas. No século XIX houve muitas empresas na Europa, sobretudo menores, que procuraram novos mercados no Exterior, uma vez que os internos estavam dominados pelas firmas mais renomadas. Muitas dessas pequenas oficinas construtoras de instrumentos, porém, já não mais existem. A mais recente das pesquisas de Franz-Josef Vogt disse respeito a órgão no povoado de Lommersum, hoje um bairro de Weilerswist, numa estrada que leva de Colonia a Euskirchen.  („Die Müller-Orgel in Lommersum“, Ars Organi 60/3, setembro 2012, 146 ss.). O órgão foi construida pela oficina Müller, fundada em 1802. Um capelão (Nicolau Müller 1777-1862), chaveiro de profissão, fabricou órgãos que dava de presente a pequenas capela do interior.Por essa razão, até pouco tempo foram rezadas missas a favor de sua alma em pequenas igrejas Com esse trabalho, Vogt estabelece relações entre a pesquisa histórica de instrumentos e os estudos culturais empiricos.



08.11.2012

Niterói. Conferência sobre a obra de Jean de Léry (1536 – 1613). O Prof. Dr. Leonardo F. Kaltner, membro da A.B.E., proferiu Conferência entitulada “Cultura Clássica e Natureza: descrições em Latim da Baía de Guanabara no século XVI”, tendo por tema a obra Historia Nauigationis in Brasiliam, quae et America dicitur, de autoria de Jean de Léry, inicialmente escrita em Francês, mas publicada em Latim em 1586. Na Conferência foi abordada a descrição da paisagem da Baía de Guanabara e sua diversidade natural no século XVI. A Conferência integrou a programação do XXII Seminário de Estudos Clássicos do Instituto de Letras da Universidade Federal Fluminense.



05.11.2012

Orientação ao Pacífico em contextos internacionais e interaoceanismo nos estudos culturais brasileiros. Encerrandos as reflexões no âmbito dos „Diálogos de Outono“ do Centro de Estudos Brasil-Europa, desenvolvidas a partir de leituras de textos selecionados e enviados do Brasil, considerou-se as dimensões culturais da ligação interoceânica por terra com o estabelecimento relativamente recentre de uma linha de ônibus regular entre o Perú e o Brasil, alcançando São Paulo (Reportagem de P. Pereira, E. Pessoa, „Viagem de 96 horas liga São Paulo ao Pacífico“,O Estado de São Paulo, 14.08.2011 C4). Essa ligação é sob muitos aspectos significativa, pois trará uma intensificação das relações peruano-brasileiras, modificará situações culturais bi-laterais e contribuirá à integração interamericana. Ela pode ser considerada também sob um aspecto global, relativo à crescente tendência a uma orientação ao Pacífico que se registra na Europa e nos Estados Unidos. Já em 1983 salientou-se, em simpósio euro-brasileiro realizado na Alemanha, a necessidade de renovação dos estudos atlânticos e interamericanos através de de considerações relacionadas, necessárias em particular sob as novas condições da integração européia e americanas, o que levou à criação de um programa específico da A.B.E. (http://www.academia.brasil-europa.eu/ProcessosTransatlanticos.htm) No decorrer dos trabalhos, demonstrou-se cada vez mais a necessidade de ampliar-se o campo de estudos com a consideração de processos culturais relacionados com o Pacífico. Nesse sentido, realizaram-se vários projetos em países asiáticos e da Oceânia, assim como na costa pacífica da América do Sul, Central e dos Estados Unidos (e.o. http://www.revista.brasil-europa.eu/119/Indice119.html; http://www.revista.brasil-europa.eu/126/Indice_126.html; http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Australia-Melanesia-Brasil.html), em particular em países do Mercosul (http://www.revista.brasil-europa.eu/113/Indice113.htm). Também aqui a iniciativa da A.B.E. foi sob muitos aspectos pioneira. Mais especificamente, a ligação interoceânica fluvial entre o Peru e o Brasil foi tratada a partir de fontes históricas em exposição e conferências a partir da viagem de La Condamine em passado colonial e de Paul Marcoy no século XIX (Veja http://www.revista.akademie-brasil-europa.org/CM07Index.htm). Considerou-se posteriormente as transformações das relações com a abertura do canal do Panamá, realizando-se para isso uma viagem de estudos dedicada especificamente ao tema das relações Atlântico/Pacífico nos estudos culturais euro-brasileiros (http://www.revista.brasil-europa.eu/118/Pacifico-Atlantico.html). Sob o ponto de vista empírico, uma special atenção foi dada à problemática indígena e ecológica, em particular de movimentos religioso-
culturais  http://www.revista.brasil-europa.eu/136/Tjibaou-Vegetais-e-Cultura.html). No âmbito da pesquisa musicológica,  a A.B.E. possui significativos fundos documentais derivados de trabalhos de musicólogos alemães no Peru. A A.B.E. orientou, em 1999/2000, trabalhos de estudantes peruanos da Sorbonne/Paris sob o aspecto da Economia Social. A importância e a atualidade dessas preocupações quanto ao desenvolvimento dos estudos brasileiros relacionados com o Pacífico evidenciam-se hoje sobretudo na esfera político-econômica; as suas implicações culturais, porém, não podem deixar de ser consideradas.



03.11.2012

Ribeirão Preto: Iniciativa „Espaço Ubuntu“. Em Ribeirão Preto, São Paulo, vem se desenvolvendo a iniciativa „Espaço Ubuntu“ que, superando a tradicional idéia de espaço geográfico, propõe-se a ser um local de reflexão sobre a vida e seus conteúdos éticos, políticos, culturais e outros. O conceito „Ubuntu“ refere-se a uma ética ou ideologia da África que foca alianças e relacionamentos em todos os níveis, preocupando-se com o ser humano e seu relacionamento com o meio ambiente. A iniciativa vem intensificando trabalhos com a utilização de danças circulares. Além de aulas regulares de dança circular, os responsáveis participam de eventos, atuando multidisciplinarmente. C. Lombardi Sampaio é arquiteta, E. Alves Lima é formada em artes plásticas, L. Melo é veterinário, E. Bertochi Jorda é especialista em dança e expressão corporal. (J. G. M. Guimarães).



02.11.2012

São Paulo. Seminário „A Construção do Sujeito e a Educação Inclusiva“.  Nos dias 7 e 8 de novembro terá lugar no Centro Universitário Belas Artes, um seminário sôbre o tema „A Construção do Sujeito e a Educação Inclusiva“. Os eixos temáticos para os trabalhos apresentados serão os seguintes: 1. Direitos humanos, políticas educacionais para pessoas com deficiência; 2. Arte-Educação e Educação Inclusiva; 3. Prática de Ensino da Educação Inclusiva: da educação infantil ao ensino superior; 4. Formação de professores na Educação Inclusiva; 5. Leitura e escrita e a aprendizagem de alunos com deficiência; 6. Pesquisa e produção do conhecimento científico em Educação Especial; 7. Práticas de inclusão escolar; 8. Sexualidade e a Educação Inclusiva; 9. Superdotados/Altas habilidades; 10. Tecnologias assistivas no contexto da Educação Inclusiva. No dia 7, a profa. Dra. Maria Inês B. Monteiro, da Universidade Metodista de Piracibaba, fará uma conferência sobre o tema: Educação Inclusiva e Construção do Sujeito. A mediação caberá ao Prof. Dr. José Gerardo M. Guimarães.



31.10.2012

Wittenberg e Leipzig. Dia da Reformação e 800 anos da Igreja de S. Tomás em Leipzig. Impulsos gerais sob a perspectiva da liberdade de opinião e de consciência. Em Wittenberg, cidade das 95 teses de Lutero e marco do Protestantismo (Veja http://www.revista.brasil-europa.eu/108/Wittenberg-Protestantismo.htm), comemora-se o dia da Reformação com serviços religiosos na igreja palacial, concertos, conferências e festas públicas, entre elas uma feira histórica. Representantes de vários países do mundo encontram-se presentes. Essa data é festejada também em várias outras cidades, em particular na Turíngia, Saxônia-Anhalt e outras regiões do Leste, salientando-se aquelas mais relacionadas com a história evangélica, como Eisleben, Erfurt, Magdeburg e Halle. As comemorações realizam-se já sob o signo dos preparativos para os 500 anos da Reformação, em 2017. (Veja http://www.revista.brasil-europa.eu/127/Nimbschen-Katharina-von-Bora.html) O significado da Reformação é considerado sob diferentes aspectos, também sob perspectivas não-confessionais. Salienta-se a sua importância no contexto geral da história cultural e do pensamento, em particular o de ter contribuido a noções de liberdade de opinião e de consciência que surgem como óbvias no presente. Sob o ponto de vista dos estudos euro-brasileiros, cumpre recordar suas extensões e consequências para o Brasil já no século XVI e, em particular, a expansão de igrejas evangélicas com a imigração e colonização centro-européia a partir do século XIX. O estudo desses processos e de suas consequências culturais, por longo tempo pouco considerado, passa hoje a constituir importante objeto dos estudos euro-brasileiros, levando a comparações de contextos e processos em diferentes regiões do mundo (Veja e.o. http://www.revista.brasil-europa.eu/125/Missionarios_na_Polinesia.html). Um dos mais evidentes significados culturais da Reforma diz respeito à música religiosa, em particular à hinologia, tendo sido assim salientado no congresso de encerramento do triênio pelos 500 anos do Brasil, em São Leopoldo/RS, em
2002. (Veja http://www.revista.akademie-brasil-europa.org/Internet-Corres3/CM80-06.htm) Significativamente, abre-se agora semana de festividades pelos 800 anos da igreja de S. Tomás em Leipzig, centro de atuação dos Cantores de São Tomás que desempenham papel de extraordinária importância na história da música. Personalidades vinculadas a essa tradição musical foram também mentores de músicos brasileiros. (Veja http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Nepomuceno-Christian-Capellen.html;http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Nepomuceno-Arno-Kleffel.html )



30.10.2012

De arquitetos humanistas e da crítica à falta de economia, rigor e à mediocridade em tendências arquitetônicas. Diálogos de Outono. Dando prosseguimento a leituras e comentários de materiais sugeridos e enviados do Brasil para a discussão no Centro de Estudos Brasil-Europa (Veja notícias), considerou-se um artigo de Marcelo Ferraz, ex-assistente da arquiteta Lina Bo Bardi, publicado pelos 20 anos de sua morte (M. Ferraz,  Lina: Obra Poética de uma Humanista, O Estado de S. Paulo, 29.04.2012, D4). O autor refere-se à mostra „Lina and Gió: The Last Humanists“ levada a efeito em Londres pela Archtectural Association (AA), com curadoria de Ana Araujo e Catalina Meijia. Nessa exposição, considerou-se relacionadamente Lina Bo Bardi e seu mentor Gió Ponti, em cujo estúdio em Milão trabalhou nos anos imediatamente posteriores à Segunda Guerra. Apresentou-se na exposição, entre outros materiais, um vídeo que intercala canções de Adriana Calcanhotto com textos da arquiteta, que também dedicou-se a estudos de cultura popular, e um documentário de Aurélio Michiles e Isa Grinspum Ferraz, de 1993, documentos que trazem à consciência o significado da arquiteta sob o aspecto dos Estudos Culturais, em particular, dos estudos de imigrações e de relações Itália-Brasil. O texto discutido assume significado pelo seu próprio conteúdo teórico e de crítica arquitetônica. Marcelo Ferraz constata uma falência na arquitetura praticada por arquitetos de um chamado „star system“. A crise econômica teria demonstrado a fraqueza de projetos mirabolantes que exigem grandes recursos. A impropriedade de importação de modelos de países de forte economia sem consideração dos diferentes contextos culturais teria levado a uma arquitetura rica, mas pobre. O autor fala de um „rolo compressor do movimento da arquitetura show“, forte mas decadente. Defende, - lembrando a orientação de Lina Bo Bardi -, do significado da economia de meios, materiais e trabalho, e que são para êle „fundamento que impulsiona o desenvolvimento científico e técnico“. Economia e rigor surgem como parâmetros indispensáveis para o mundo atual.



29.10.2012

Berlim: 775 anos. Lembrando brasileiros na história cultural de Berlim. Celebra-se atualmente os 775 anos da capital da Alemanha, uma cidade que é hoje um dos mais vitais centros culturais da Europa, marcado por diversidade, fato que é trazido à consciência em instalação de arte na praça do antigo palácio, hoje em reconstrução. A cidade desenvolve intensa política cultural no sentido de salientar internacionalmente essa imagem de metrópole vital, aberta e multicultural. Como demonstrado em exposição, o próprio festejo do jubileu deve ser objetivo de considerações dessa cultura comemorativa, uma vez que, no passado, foi estreitamente relacionado com contextos político-culturais, por vezes questionáveis, bastando recordar-se de sua celebração no ano 1937, logo após as Olimpíadas do período nazista. Do ponto de vista histórico, os 775 anos não dizem respeito às reais origens da cidade, supostas em época anterior ao século XIII, mas sim à sua primeira menção em documento que se refere a uma povoação dupla Berlin-Cölln, de 1237. A história medieval da cidade é particularmente relembrada nas celebrações. A A.B.E., que desenvolveu no corrente ano vários ciclos de estudos em Berlim (Veja notícias), aproveita a ocasião para considerar os muitos brasileiros que, em fins do século XIX e primeira metade do século XX ali estudaram, viveram e atuaram. Entre os nomes considerados do período anterior à Primeira Guerra, salientaram-se os do diplomata e músico Brasílio Itiberê da Cunha, ali falecido em 1913, Alberto Nepomuceno (http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Nepomuceno-Arno-Kleffel.html),  Silvio Deolindo Froes (http://www.revista.brasil-europa.eu/121/Deolindo-Froes.html), Euclides Roxo, Felix Otero, Arthur Mendonça e Francisco Fajardo. Particular atenção mereceram os brasileiros que se encontravam na capital da Alemanha nos anos 30, em especial no ano de 1937, estudos desenvolvidos sobretudo a partir de testemunhos de Isolda Bassi-Bruch tratados em colóquio da A.B.E. (Veja e.o.http://www.revista.brasil-europa.eu/106/Renania-Paises-Baixos.htm.) e e de documentos concernentes às relações teuto-luso-brasileiras da época (http://www.revista.brasil-europa.eu/124/Indice_124.html).



28.10.2012

Belém, Pará: 100 anos do cine Olympia. Salas de espetáculos como objeto de estudos arquitetônico-culturais e de recuperação patrimonial - Diálogos de Outono. Entre os temas sugeridos por membros da A.B.E. no Brasil para que sejam lidos e considerados nos trabalhos do Centro de Estudos Brasil-Europa, destacam-se aqueles referentes a teatros, cinemas e salas de espetáculos por motivo da passagem dos 100 anos do cinema Olympia em Belém, Pará (Luiz Zanin Oricchio, „Olympia: Os ecos da Belle Époque“, O Estado de São Paulo, 29.04, 2012). Para o centenário, publicou-se um album de fotografias históricas e o livro Cinema Olympia - 100 Anos da História Social de Belém, organizado por Pedro Veriano e Luzia Miranda. O edifício, que é hoje um cinema de arte, com programação dirigida por Marco Antonio Moreira, presidente da Associação de Críticos do Pará, ainda que seja considerado como o mais antigo em atividade no país, passou por reformas que o descaracterizam arquitetônicamente. Iniciativas atuais pretendem que o edifício seja tombado, reconhecido como de valor patrimonial para, a seguir, tentar-se recuperar a sua fachada. Com o tema sugerido, retomaram-se, no âmbito dos atuais „Diálogos de Outono“ (Veja notícias), preocupações que marcaram, há mais de 40 anos, o início das reflexões e dos trabalhos entre arquitetos, urbanistas, pesquisadores culturais e de música. A consideração do patrimônio cultural representado pelos muitos teatros, cinemas e outras salas de espetáculos no Brasil representou um dos principais pontos de partida para análises teórico-culturais de cidades brasileiras sob perspectiva interdisciplinares. Deu-se início já em meados da década de 60 ao levantamento e à visita de edifícios de teatros em São Paulo, estando entre os primeiros os teatros Colombo, São Paulo, Santa Helena (http://www.revista.brasil-europa.eu/112/Palacete-Santa-Helena.htm) e Municipal, os cinemas Pedro II e Boa Vista, no Paraná o da Lapa, no Rio Grande do Sul o São Pedro, em Minas Gerais o de S. João del Rey e de Sabará, além do Municipal e do Cine Iris do Rio de Janeiro. Esse levantamento foi ampliado no início da década de 70 em outros Estados do Brasil, considerando-se, entre outros, o Sta. Isabel de Recife, o José de Alencar em Fortaleza e o Arthur de Azevedo em São Luís, o da Paz em Belém (http://www.brasil-europa.eu/Estados/Para.html), o Rio Negro de Manaus, o Castro Alves e outras salas de Salvador, o de Natal (http://www.brasil-europa.eu/Estados/Rio_Grande_do_Norte.html) e o Santa Rosa de João Pessoa (http://www.brasil-europa.eu/Estados/Paraiba.html). Esses trabalhos foram considerados em exposições e encontros em diferentes ocasiões e países (http://www.revista.brasil-europa.eu/112/Teatro-Solis-Montevideo.htm). Por ultimo, realizou-se uma visita de pesquisadores europeus da A.B.E. ao Teatro Carlos Gomes em Vitória (http://www.revista.brasil-europa.eu/105/Teatro-Carlos-Gomes-ES.htm). Em Belém, a orientação cultural dos estudos arquitetônico-urbanísticos, e que considera procedimentos históricos e empíricos, levou a que se considerasse já na década de 70 programas de concertos e outras fontes referentes a um passado já não mais representado por construções mas de significado para a consciência histórica e a imagem da cidade (http://www.revista.akademie-brasil-europa.org/CM06-05.htm). As iniciativas atuais relativas ao cine Olympia indicam a atualidade de questões que aqui se levantam sob o ponto de vista patrimonial, uma vez que dizem respeito a uma sala que tem o seu significado antes imaterial, relacionado com a memória, um problema reconstrutivo que também vem sendo discutido em diversos contextos na Europa. A necessidade de consideração do edifício no contexto mais amplo do estudo de salas de espetáculos em outros países, em particular também na América Latina evidencia-se na
similaridade que antigas fotos do Olympia revelam com teatros de outras cidades, por ex. do antigo Polytheama ou do não mais existente cinema na Rua Vergueiro, em São Paulo. A A.B.E. vem desenvolvendo, nesse sentido, estudos de salas de espetáculos sob a perspectiva de processos culturais globais, em particular transatlânticos (http://www.revista.brasil-europa.eu/118/Costa_Rica_Teatro.html; http://www.revista.brasil-europa.eu/118/Costa_Rica_Melico.html)



27.10.2012

São Paulo. Educação infantil pré-escolar refletida pedagogicamente em bairros novos e periféricos da metrópole. Adriana de Fátima Ferreira comunica os sucessos que vêm sendo obtidos com um projeto de educação infantil para  crianças na faixa etária de 5 meses a 5 anos no bairro de Vila Paulicéia, São Paulo e que demonstra a necessidade de ensino pré-escolar refletido em bairros que surgiram da expansão da metrópole e que colocam questões sociais e culturais especiais.Esse projeto, ali representado na escola „É bom sonhar“, dirigida pedagogicamente por Andrea de Fátima, procura oferecer às crianças pressupostos para o aprendizado escolar através de um aguçamento da percepção para o mundo a seu redor e de atividades lúdicas. Através do brincar, as crianças devem aprender a lidar com sentimentos, a interagir com outras crianças e adultos e a resolver conflitos, desenvolvendo a imaginação e a criatividade. O papel da lúdica, reconhecido e salientado em processos performativos nos Estudos Culturais, passa assim a ser considerado de forma contextualizada nas novas situações urbano-culturais criadas pela expansão da cidade.



26.10.2012

Diálogos de Outono. Revitalização do porto de Santos em paralelos com similares projetos internacionais estudados pela A.B.E.. As leituras comentadas de matérias publicadas em jornais brasileiros no âmbito dos Diálogos de Outono do Centro de Estudos Brasil-Europa (Veja notícias) e que foram para isso selecionadas e enviadas do Brasil, têm como um de seus objetivos contribuir à sintonia entre enfoques temáticos de trabalhos desenvolvidos na Europa com aqueles que têm despertado atenção pública no Brasil. Considerando-se agora em especial temas relacionados com Arquitetura e Urbanismo nas suas relações com Estudos Culturais, discutiu-se o projeto de revitalização do porto de Santos à luz dos resultados dos vários trabalhos já desenvolvidos pela A.B.E. em zonas recuperadas urbanísticamente em cidades de vários países, por último em Trondheim, Noruega (http://www.revista.brasil-europa.eu/139/Trondheim-Universidade.html). Com base em texto de Adriana Ferraz („Porto de Santos terá polo turístico, com marina, hotel, bares e restaurantes“, O Estado de São Paulo, 15.01.2012, C4), considerou- o projeto de revitalização dos primeiros oito armazéns do porto que, após 20 anos sem uso, deverão abrigar um complexo com terminal de cruzeiros, hotéis, setores comerciais e marina, que promete valorizar o bairro do Valongo. Esse bairro receberá um Museu do Pelé e provavelmente um Museu de Arte Contemporânea, formando um corredor cultural.A publicação foi motivada pela abertura das propostas do projeto de passagem subterrânea que possibilitará a ligação entre o centro histórico e o Valongo. O projeto foi discutido agora a partir dos estudos euro-brasileiros realizados e.o. no Centro da Mídia, em Düsseldorf (http://www.revista.brasil-europa.eu/095/Centro-Midia-Duesseldorf.htm),
no de Colonia, no contexto da reurbanização da região do Ruhr (http://www.revista.brasil-europa.eu/125/Dortmund_da_Cultura.html; http://www.revista.brasil-europa.eu/125/Capital_da_Cultura_Essen.html), no de Manchester, que abriga hoje a sede da BBC (Veja notícia), em Sydney, Austrália (http://www.revista.brasil-europa.eu/119/Expo-Sydney.html) e, no contexto do Mercosul, em Buenos Aires (http://www.revista.brasil-europa.eu/113/Buenos-Aires-Caminito.htm).



26.10.2012

Rio de Janeiro. Presença da Mitologia Alemã no Carnaval carioca de 2013. A Escola de Samba Unidos da Tijuca (G.R.E.S. U. Tijuca), do Rio de Janeiro, gravou no dia 25 de outubro seu samba-enredo a ser apresentado no desfile de 2013. O enredo, entitulado “Desceu num raio, é trovoada! O Deus Thor pede passagem pra contar nessa viagem a Alemanha encantada”, desenvolve a temática da mitologia nórdica, tendo como um de seus elementos de inspiração a cosmogonia que envolve os ciclos míticos dos deuses Odin e Thor. No samba-enredo, o atributo do domínio sobre o trovão é a principal marca identitária de Thor, o que correlaciona seus atributos ao epíteto Tonans do deus latino Júpiter, e de Zeus, na Cultura Clássica Helênico-Latina. (Kaltner) (Veja a propósito e.o.: http://www.revista.brasil-europa.eu/132/Nordico_no_Brasil.html)



25.10.2012

Leituras comentadas de textos selecionados de jornais de São Paulo na Alemanha: Arquitetura, Urbanismo, Estudos Culturais. Dando prosseguimento aos „diálogos de outono“ (Veja notícia), foram lidos e discutidos artigos de interesse cultural da imprensa paulista publicados nos últimos anos; esses textos foram selecionados e enviados de São Paulo para os trabalhos do Centro de Estudos Brasil-Europa. Deu-se particular atenção a temas relacionados com Arquitetura e Urbanismo, considerando-os sob perspectivas culturais em contextos globais. Leu-se, entre outros, a matéria „Nos Mapas, a Evolução da Metrópole“, de Rodrigo Brancatelli (O Estado de São Paulo, 17. 10. de 2010, C6) referente à publicação do livro Desenhando São Paulo: Mapas e Literatura (1877-1954) em trabalho da historiadora Maria Lúcia Perrone Passos e da arquiteta e urbanista Teresa Emídio e que levou ao evento „O Poder dos Mapas e o Mapa do Poder„ no Museu da Casa Brasileira. O artigo lembra que a cartografia paulistana possibilita que se compreenda que crescimento não significa necessariamente desenvolvimento, havendo dois lados contraditórios: a cidade que cresceu desordenadamente, impulsionada pelos interesses, e a luta daqueles que desejavam vê-la evoluindo de forma planejada, preservando o seu patrimônio. Outros artigos considerados trouxeram o edifício Martinelli ao centro das atenções, em particular a sua recuperação, iniciada em 2008 (E. Veiga e T. Queiroz, „Martinelli restaga seu rosa original dos anos 1930“, J. de Souza Martins, „A lei do mais alto“, O Estado de São Paulo, 19.08.2012). O edifício, que traz o nome do imigrante Giuseppe Martinelli (1870-1946), o seu idealizador e construtor, tornando-se o maior edifício da cidade por décadas, surge como marco emblemático que relaciona estudos de Arquitetura e Urbanismo com aqueles da imigração. Essas relações foram estudas pelo sociólogo José de Souza Martins, professor emérito da Universidade de São Paulo e que distingue, na reconfiguração da cidade, duas tendências, uma derivada da mentalidade de uma elite nativa educada nos valores do Império e que se orientavam por critérios de distinção, e outra de imigrantes e negociantes enriquecidos, que sentiam ímpetos de demonstração de poder em obras de grandes dimensões. Outro contexto considerado foi aquele que relaciona os estudos de Arquitetura e Urbanismo com a história cultural e a pesquisa empírica com base em matéria relativa à passagem dos 200 anos da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte (E. Veiga, „Igreja da boa notícia comemora 200 anos no centro“, O Estado de São Paulo, 20.08.2010). A igreja, fechada em 2005, foi restaurada, sendo reaberta em 2009. No decorrer dos trabalhos, descobriu-se uma pintura de temática mariana no teto do coro do altar. Lembrou-se, com documentos e fotografias, que já em 1972 essa igreja foi objeto de trabalhos de valorização histórica, arquitetônica e empírico-cultural realizados em cooperação com professores e estudantes da FAU/USP e da Faculdade de Música e Educação Artística do Instituto Musical de São Paulo, tendo-se ali efetivados concertos em primeira audição de obras então descobertas da
época de construção da igreja. Esses eventos inseriram-se no âmbito do curso „Música e Evolução Urbana de São Paulo“, realizado sob a direção de A.A.Bispo. Pelo seu significado sob a perspectiva de Estudos Culturais que relacionam pesquisa de fontes e conhecimentos obtidos pela pesquisa empírica, a igreja foi local, em 1973, de concerto e missa solene com obras de Elias Lobo e Manoel dos Passos, evento pioneiro em época na qual se combatia o uso litúrgico do patrimônio coro-orquestral. (Veja http://www.akademiebrasileuropa.de/Chroniken/1973-Auffuehrungspraxis.html )



22.10.2012

Textos atuais da imprensa paulista em diálogos de outono na Alemanha: um ano de entrevista do Prof. Nestor Goulart Reis. A Dra. Neide Carvalho, S. Paulo, envia artigos de interesse cultural publicados em jornais de São Paulo para que sirvam como materiais de discussão em seminários desenvolvidos no Centro de Estudos Brasil-Europa na Alemanha. Com isso, possibilita que os participantes de colóquios e cursos se mantenham informados a respeito dos temas tratados e dos assuntos que se encontram presentemente no centro das atenções. Entre os materiais enviados mais recentemente, destaca-se agora entrevista concedida pelo Professor Nestor Goulart Reis da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP) há  um ano atrás („O improviso resume a história da cidade“, O Estado de São Paulo, 23.10.2011). Ex-Presidente do Condephaat e da Emurb, conselheiro do Iphan, que desenvolve há várias décadas pesquisas sobre a história de São Paulo, esse Professor foi então entrevistado por N. Costa pelo fato de ter recebido o prêmio Jabuti de Arquitetura e Urbanismo pelo seu livro Dois Séculos de Projetos no Estado de São Paulo. Nas suas palavras, seria o improviso que resume a história da urbanização de São Paulo; os Planos Diretores não são respeitados e o todo não tem coerência. A cidade apresenta pouca qualidade urbana, mesmo para círculos de alta renda. São Paulo deveria servir de modelo, uma vez  que é uma metrópole de alcance mundial. A consideração dessa entrevista na Alemanha dá-se por ocasião da passagem dos 40 anos de graduação do editor desta revista na FAU/USP. Lembra-se, aqui, dos esforços  de desenvolvimento de procedimentos de análises teórico-culturais da metrópole, procurando-se, em cooperações interdisciplinares, novas perspectivas de leitura urbana.



21.10.2012

Noruega-Brasil: análises culturais e sua atualidade. Lançamento de relatos do ciclo-de estudos nórdicos. O Brasil e a Noruega surgem, numa primeira aproximação, como países tão distantes entre si geograficamente e sem elos históricos diretos que dispensariam estudos de relações culturais. Este não é o caso, porém, como constatou-se no ciclo de estudos euro-brasileiros desenvolvidos em agosto de 2012. Ambos são países com grande patrimônio natural, com imagens marcadas pela espetacularidade de suas paisagens. Ambos tiveram o seu processo histórico emancipatório no século XIX, no período posterior a Napoleão, ou seja, na época da Restauração. Ambos são, assim, países profundamente marcados pelo Romantismo e, com êle, com por anelos de construção de uma identidade nacional. O Nacionalismo e o Romantismo na cultura marcaram a Noruega e o Brasil até mesmo por grande parte do século XX, por muito mais tempo do que em outros contextos. O elo mais evidente entre a Noruega e o Brasil é, neste sentido, aquele representado pelo compositor Alberto Nepomuceno (1864-1920), casado com uma pianista norueguesa. Recordando-se a passagem de 30 anos de encontro na Rheinische Musikschule/Konservatorium der Stadt Köln, lembrou-se que esses elos brasileiro-noruegueses não podem deixar de considerar o papel desempenhado pela cultura alemã tanto na formação do compositor em Berlim quanto na própria vida musical norueguesa. A retomada de estudos desses elos entre a Alemanha, a Noruega e o Brasil, assim como aqueles histórico-musical entre Colonia e Berlim surge como atual pela passagem do centenário de Heinrich Lindlar (1912-2009), antigo diretor da Rheinische Musikchule e que apoiou os estudos dedicados a A.Nepomuceno, motivadores do primeiro ciclo de estudos realizados na Noruega, com visita à casa de E. Grieg Troldhaugen, em 1983. O significado da retomada desses estudos relativos ao Nacionalismo nas suas dependências histórico-culturais revela-se na intensificação de tendências de extremo nacionalismo e mesmo neo-nacionalsocialismo na Europa. O massacre de Oslo e os argumentos que foram divulgados a respeito de sua pretensa justificação apresentam um obscuro conglomerado de idéias e imagens que clama por esforços esclarecedores. Essa foi uma das razões que levaram a uma consideração mais pormenorizada do edifício de imagens de remota proveniência marcada pelo Norte e que é de natureza geocêntrica. Considerou-se o logocentrismo desse antigo sistema de ordenações de imagens, a sua resignificação cristã e as suas transformações no decorrer dos séculos. Salientou-se, em particular, o cunho não-logocêntrico da reordenação de imagens à época do Historismo romântico e do Nacionalismo. De atualidade são também questões relativas à consciência indígena dos sami na sua inserção no movimento indígena internacional, assim como aquelas relativas à exploração científica e econômica do Ártico nas suas implicações culturais. Essas questões foram tratadas no âmbito de visitas às universidades de Trondheim e Tromso. (http://www.revista.brasil-europa.eu/ed.Bispo/Edicao_atual.html)



21.10.2012

Pomaz/Hungria e New York. Professora de piano brasileira em curso internacional. A pianista e cantora brasileira Maria Pereira, residente em New York, onde exerce intensa atividade como professora de piano (Vide notícia), comunica ter dirigido classe de piano em curso internacional na cidade de Pomaz, próxima a Budapest, em julho do corrente ano. Os seus colegas foram professores da Academia Liszt que preparam jovens pianistas de diferentes partes do mundo para concursos internacionais. Levou, para o curso, uma sua aluna de 13 anos. Os seus orientados eram crianças na faixa de 8 a 10 anos. Em New York, dirige agora uma Performance Class, com ca. de 40 alunos de diferentes professores.



09.10.2012

Berlin. A imagem do homem nas referenciações na Antiguidade de jogos olímpicos e interações entre a plástica e arquitetura. Nas  reflexões encetadas no Olympiastadion de Berlin no âmbito dos trabalhos de acompanhamento teórico-cultural da realização dos jogos olímpicos no Brasil  (Veja notícias), deu-se particular atenção a questões da imagem do homem nas suas relações com sistemas de visões do mundo. O Olympiastadion oferece neste sentido favoráveis condições para reflexões, uma vez que apresenta numerosas plásticas e representações visuais de atletas da Antiguidade e da nova era dos jogos olímpicos inseridas no complexo arquitetônico. Os corredores no Norte e os arremessadores de disco no Sul marcam duas séries de plásticas de vencedores, criadas em 1936. Os corredores são representados em atitúdes hieráticas, com fisionomias de traços duros e com gestos soldáticos. As estátuas correspondem de forma monumental às colunas do Estádio e às torres do portal olímpico, relacionando-se assim em estilo e em material com a arquitetura. Demonstram a estreita participação na configuração arquitetônica do artista plástico, no caso Karl Albiker, e dos parâmetros determinados pela arquitetura à escultura. Esse estreita interação entre a  escultura e a arquitetura foi uma exigência do próprio arquiteto, Werner March. Ela pode ser entendida como um indicativo do papel fundamental da imagem do homem na configuração do todo e do domínio do todo na imagem do homem. A falta de traços individuais e de emoções, a uniformidade e a rigidez de linhas e formas, além do superdimensionamento das estátuas demonstram a concepção nacionalsocialista de uma comunidade supra-pessoal, do indivíduo subsumido no Estado. Constata-se aqui uma idéia do homem nas suas relações com o todo determinada pela visão do mundo nacionalsocialista que difere fundamentalmente daquele do edifício de concepções e imagens remontante à Antiguidade e que foi transmitido através dos séculos pela tradição humanística. Apesar das referenciações com a Antiguidade, registra-se nas esculturas dos anos trinta do Olympiastadion um construto de edifício ideológico de Estado autoritário, fato levado em consideração na nova série de marcos dedicados aos campeões da era posterior à Segunda Guerra na parte norte da área. Essa série, sugerida por Ella Kay, que havia tomado parte na resistência ao Nacionalsocialismo, apresenta obras da escultora Müller-Martin que demonstram linguagem visual totalmente distinta, caracterizada por linhas leves e movimentos ondulados, sem as conotações marciais das obras dos anos 30. A apreciação desses obras trouxeram à consciência a importância de reflexões mais profundas e diferenciadas relativamente à imagem do homem no caso dos jogos olímpicos que se realizam no Brasil. Entre as questões que aqui se levantam encontram-se aquelas do índio e aquelas que dizem respeito às preocupações mais recentes de superação de um antropocentrismo no edifício cultural.



08.10.2012

Mons. Engenharia e Tecnologia de Materiais. Doutoranda do Rio Grande do Sul na Bélgica. A Sra. Ana Paula Graebin, de Poá/RS, encontra-se em Mons, Bélgica, realizando atividades complementares ao Doutorado que faz na PUCRS. Entra agora em contato com a A.B.E. no sentido de participar de encontros ou outros eventos.



05.10.2012

Rio de Janeiro. Exposição de peças arqueológicas do sítio romano de Stabiae na Uerj. Em virtude da comemoração do ano da Itália no Brasil, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro apresenta a exposição “Além de Pompeia: redescobrindo os encantos de Stabiae”. A exposição está aberta ao público, no Teatro Odylo Costa Filho no campus da Uerj do Maracanã, até o dia 18 de novembro. As raríssimas peças arqueológicas da exposição constituem-se de artefatos e objetos do cotidiano da antiga cidade de Stabiae, cidade portuária que foi coberta pelas cinzas do Vesúvio no ano de 79 d.C., na mesma ocasião em que Pompeia e Herculano também foram atingidas pela erupção. A exposição é fruto de parceria entre a Restoring Ancient Stabiae Foundation (RAS Foundation) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, contando com o apoio do Consulado Geral da Itália no Rio de Janeiro. (L.Kaltner)



04.10.2012

Bom Jesus dos Perdões/SP. Registro sonoro-visual de práticas tradicionais: Recomenda de Almas.  Aconteceu no último dia 30 de setembro em Bom Jesus dos Perdões, o lançamento do DVD - "A recomenda das Almas através das incelências", projeto do PROAC/2011 – Secretaria do Estado da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, tendo como autor o dirigente de cultura Paulo Ramos daquela cidade.  Fizeram-se presente “encomendadores” das cidades de Bom Jesus dos Perdões, Atibaia, Nazaré Paulista e Pedra Bela, outros convidados e dirigentes de cultura.  O documentário mostra o ritual da religiosidade popular, trazida pelos colonizadores portugueses, onde grupos de homens e mulheres saem nas noites da quaresma a cantar pelas pessoas falecidas. Afirma o autor Paulo Ramos que: “A valorização dessas personagens, que carregam esse legado de seus antepassados, é um dos objetivos deste trabalho, pois poucas cidades ainda preservam esta tradição”. (W. Cassalho, Comissão Paulista de Folclore)



03.10.2012

Dia da Unidade Alemã e Estudos Culturais Euro-Brasileiros na Alemanha. O dia 3 de outubro, feriado nacional alemão, celebra a reunificação alemã com base no tratado de unificação de 1990, quando a então República Democrática Alemã (DDR), a Alemanha do Leste, passou a integrar a República Federal da Alemanha (BRD), a Alemanha Ocidental. O significado desse acontecimento para o Brasil sob o aspecto dos estudos culturais foram na época  reconhecidos e discutidos no âmbito dos trabalhos da Academia Brasil-Europa (A..B.E.) através do I.S.M.P.S. (Instituto de Estudos da Cultura Musical do Mundo de Língua Portuguesa), sendo os resultados dos debates publicados e difundidos no Brasil (Veja http://www.revista.akademie-brasil-europa.org/CM08Index.htm). Um dos principais pontos considerados disse respeito às transformações decorrentes quanto a rêde de pesquisadores e às mudanças de perspectivas no tratamento de questões culturais no âmbito das relações entre a Alemanha e o Brasil. A República Democrática Alemã havia mantido elos privilegiados com países de afinidades políticas, o que marcara intercâmbios, o desenvolvimento de estudos e publicações. Esses países, em particular os africanos de língua portuguesa, haviam sido até então menos considerados nos centros ocidentais. A unificação trazia à consciência essa lacuna e fazia com que países como Angola e Moçambique passassem a ser alvo de renovado interesse.(http://www.revista.akademie-brasil-europa.org/CM08-04.htm) Os trabalhos voltados ao Brasil, pelo contrário, eram antes marcados por rêdes sociais e instituições ocidentais, inseridas em outras correntes do pensamento e, sobretudo, em outras
configurações político-culturais. Apresentavam, entre outros aspectos, uma saliente proximidade à Igreja, em geral no sentido de um Catolicismo renano altamente conservador. A queda do mundo de Berlim não significava apenas que as regiões do Leste até então insuficientemente consideradas de Brandenburg, Mecklenburg-Vorpommern, Saxônia e Saxônia-Anhalt passassem a ser alvo de maiores atenções na pesquisa, suprindo assim uma falha grave para os estudos relacionados com o Brasil, em particular da imigração. A unificação não levava apenas a mudanças de rêdes, de instituições, de cooperações e de perspectivas no Leste, mas trazia à consciência a exigência, também para o Ocidente, de renovações profundas de direcionamentos da pesquisa e de atividades teuto-brasileiras, procurando-se uma maior independência da própria área de estudos relativamente a contextos político-partidários. A consideração conjunta de questões científico-culturais e de estudos da própria ciência, em particular de rêdes sociais e do trabalho intelectual na renovação dos estudos de relações do Brasil com países europeus sob as novas condições colocadas pela União Européia, sendo escopo explícito da A.B.E., diz também respeito a estudos euro-brasileiros referentes à Alemanha unificada, um objetivo que mantém a sua plena atualidade perante problemas ainda não solucionados.



02.10.2012

Berlin. Estádio de Olímpia. Referenciações na cultura física da Antiguidade em construções político-culturais nos esportes manifestadas na arquitetura. A realizaçao de trabalhos de acompanhamento teórico-cultural da realização dos jogos olímpicos no Brasil foi resultado de diálogos com profissionais brasileiros de Educação Física atuantes no Exterior (Veja http://www.revista.brasil-europa.eu/138/Maissa-Zanetti-Barboza.html). Dando sequência à consideração dos jogos de Los Angeles em 1932 (Veja Notícia), realizou-se uma jornada de estudos euro-brasileiros no Olympiastadion de Berlin. Esse estádio surge como expressão arquitetônica de grande significado para estudos de interações entre concepções político-culturais, história diplomática, propaganda, relações internacionais e cultura física, em particular da época do Nacionalsocialismo, período de desenvolvimento e institucionalização dos estudos luso-brasileiros na Alemanha, o que constitui hoje necessária tarefa de reflexões críticas na área disciplinar (Veja http://www.revista.brasil-europa.eu/124/Berlim_ano_2010.html). A recepção dos jogos olímpicos de verão de 1936 no Brasil, em particular também em círculos de língua alemã, encontra-se documentada no acervo da A.B.E.. A Primeira Guerra tinha impossibilitado a realização dos jogos olímpicos de 1916 na Alemanha, para os quais tinha-se construído um dos maiores estádios do mundo, o Estádio Alemão, inaugurado pelo imperador em 1913. Para fins propagandísticos a serviço de uma imagem positiva do Nacionalsocialismo, construiu-se o novo estádio entre 1934 e 1936 segundo planos do arquiteto Werner March. Um dos pontos discutidos na jornada foi o da instrumentalização ideológica nacional-socialista da antiga cultura grega que se manifesta na arquitetura e em plásticas, assim como a sua inserção em plano urbanístico para uma „Capital Mundial Germania“ idealizado pelo regime. A referenciação segundo a Antiguidade no seu emprêgo ideológico em complexas interações entre o nacional-social e o internacional surge como um problema
fundamental e que exige particular atenção. Possibilidades de resignificações e de desativações de riscos tornam-se manifestas nos resultados de intervenções arquitetônicas mais recentes. Sem prejudicar valores históricos do conjunto, a cobertura do estádio para o campeonato musical de futebol de 1974 e os trabalhos realizados a partir de 2000 surgem como contribuições positivas da arquitetura para a solução de questões culturais subjacentes à realidade construída. O Brasil esteve presente entre os primeiros eventos do ano dessa reinauguração com jogo realizado no dia 8 de setembro de 2004.



01.10.2012

Dia Mundial da Música, a cultura comemorativa da música e Esclarecimento. Desde 1975 comemora-se, no dia primeiro de outubro, o Dia Mundial da Música, uma iniciativa do Conselho Internacional de Música/UNESCO quando presidido pelo violinista e regente Yehudi Menuhin (1916-1999). Marcado pelos ideais voltados à música em serviço à compreensão entre povos da organização e pelo nome de Menuhin, destacado promotor de valores do fazer música, por último manifestados na criação da sociedade „Il canto del mondo“ como rêde internacional para a promoção da cultura quotidiana do cantar, o Dia da Música deu e dá ensejo a eventos vários, em particular em escolas de música. A música brasileira  esteve frequentemente representada nessas comemorações desde a Semana de Música Brasil-Alemanha de 1981 realizada no âmbito do Forum de Pedagogia Musical Comparada de Leichlingen, institudo a serviço de uma Educação Musical de orientação teórico-cultural. A atenção, porém, foi e deve ser dirigida sobretudo à necessidade de reflexões sobre a própria cultura comemorativa da música em si. Esta deve ser reconhecida como expressão histórica de processos
culturais, adquirindo concepções subjacentes a ações voltadas ao „fazer música“ implicações político-culturais e significado em processos performativos. O empenho pelo tocar, pelo cantar e pelo uso doméstico e quotidiano não é novo e exige reflexões. No Brasil, foi defendido há décadas explicitamente por várias personalidades relacionadas com o Canto Orfeônico. A cultura comemorativa relacionada com a música é complexa. Em contextos marcados pela tradição religiosa, relaciona-se sobretudo com o dia de Sta. Cecília (22 de novembro). Na esfera secular, deve-se lembrar a longa série dos Dias Mundias da Música da Associação Internacional de Música Contemporânea, iniciada em Salzburg, em 1922, e que adquire particular significado para os estudos relacionados com o Brasil. No corrente ano, quando as atenções se dirigem a questões relacionadas com o Esclarecimento e à função esclarecedora a ser exercida pelos Estudos Culturais, manifesta-se a atualidade de reflexões quanto ao papel exercido pela música e pela prática musical em processos de formação e transformação cultural. Ensejo para essas reflexões oferece programa multimedia dedicado a  Friedrich II „O Grande“ como músico em Berlin, e que traz o significativo título de „A música sou eu“.




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